mesma "visão de mundo". E isso é algo que todo mundo tem. Todo homem se apropria/constroi uma visão de mundo a partir da qual ele opera no mundo.
Registros de uma travessia, uma jornada chamada vida. Ora sobre desertos, ora sobre campinas. Tudo tem seu tempo debaixo do sol.
sábado, 10 de setembro de 2022
Do Rock in Rio, música de Marte e Etnomusicologia
mesma "visão de mundo". E isso é algo que todo mundo tem. Todo homem se apropria/constroi uma visão de mundo a partir da qual ele opera no mundo.
sábado, 2 de julho de 2022
Uma boa receita de rock
Certo dia, eu estava andando na rua quando olhei para a traseira de um ônibus. Na janela, uma propaganda de uma banda que parecia "cool", com um nome, no mínimo, curioso e de visual bem rock n' roll para os padrões da geração Z. Então, assim que alcancei a calçada, dei meus "googles" para descobrir que banda era aquela. Alguns links depois, percebi que já havia topado com eles, mas, na época, assisti um vídeo (vídeo "vídeo" mesmo) e pensei: "Ah, é igual Led Zeppelin". Sim, amigos... Estou falando de "Greta Van Fleet"!
Meu primeiro encontro com a banda não foi lá essas coisas como vocês podem supor. Os primeiros acordes até estavam me ganhando, mas quando Josh Kiszka abriu a boca, eu pensei: "Meu Deus, Robert Plant renascido!" e, na época, esqueci de fazer algo que um crítico jamais deve deixar de fazer: conhecer primeiro. Foi somente com a propaganda no ônibus que me interessei em investigar e saber como foi que meninos tão jovens resolveram fazer rock "dasantiga". E vamos nós!
Quase que inevitavelmente, a primeira coisa que me saltou aos ouvidos foi a voz de Josh.. Ouvi e ouvi e vi... Procurando, confesso, algumas "escorregadelas". Corrijam-me se eu estiver errada, mas acredito que ele seja autodidata no canto. De qualquer modo, o que ele nos apresenta é uma voz com invejável extensão vocal, de ótimo suporte respiratório e com um brilho que parece ter sido forjado nos ensaios de garagem mesmo. O garoto fez direitinho o trabalho de casa.
E a guitarra? Banda de rock que é banda de rock tem que ter uma guitarra presente e, não raro, protagonista. E GVF tem. Ouvindo o Zeppelin e o GVF percebo que a guitarra do GVF é mais "sujinha", parece que tem um acento a mais de overdrive. É uma guitarra, por vezes, clássica. É uma assinatura da banda.
O que dizer da composição teclado, guitarra e bateria? Nas faixas "Broken Bells" e "Flower Power" caiu como uma luva! Quase com um certo tempero de "The Doors" no teclado. Mas Sam (que assume tanto o teclado quanto o baixo) também alterna o tempero com uma boa dose de baixo regado a frases modestas, mas expressivas. Destaque para a faixa "Safari Song" que revela um lindo diálogo entre baixo, guitarra e bateria.
Para coroar, temos composições que parecem ter sido inspiradas nas raízes de blues e rhythm n' blues do rock n' roll mais "raiz". Quase como se os meninos tivessem se encapsulado em uma viagem no tempo e nos presenteassem com uma mesa farta de belos timbres e acordes que conversam muito bem entre si. E sigo além, a música de GVF é pictórica. Ela nos descreve cenas e narrativas de um outro tempo, de outra esfera. É uma música transcendental. E aí, especificamente, neste ponto, encontro a maior semelhança com o Led Zeppelin. Mas, dizer que GVF é cópia do Zeppelin, pura e simplesmente, é limitar ambas as bandas. Se por um lado, Zeppelin tem faixas que flertam com a música indiana ("The Battle of Evermore", por exemplo), GVF tem todo um caminho pela frente ainda a dizer a que veio. Só posso dizer que até o momento, estou aproveitando.