terça-feira, 29 de abril de 2014

Labore X Tripalium

Estou aqui para uma breve reflexão sobre trabalho. Lembrei-me logo das duas palavras que dão título a esta postagem: labore e tripalium. Desta última, originou-se a palavra que usamos em português: trabalho. Tripalium era um instrumento de tortura e acabou sendo o nome daquilo que fazemos todos os dias. Neste sentido, recai sobre trabalho a maldição da queda, como vê o pregador em Eclesiastes 1:3 ("Que proveito tem o homem, de todo o seu trabalho, que faz debaixo do sol?"). Como todas as outras coisas, também o trabalho é vaidade e de nada se aproveita.

Por outro lado, em outro versículo em Eclesiastes (3:13, "E também que todo o homem coma e beba, e goze do bem de todo o seu trabalho; isto é um dom de Deus"), este mesmo trabalho é visto como dom de Deus e dele se aproveita seus frutos (aquilo que o homem pode comer, beber e usufruir), ou seja, algo sobre o que se recai uma maldição torna-se benção. Que seja então nosso trabalho labore (de esforçar-se, lidar) e que o Senhor confirme sobre nós a obra de nossas mãos (Sl. 90:17).


domingo, 27 de abril de 2014

Arte e Cristianismo

"A arte cristã é a expressão da vida integral da pessoa toda que é cristã. Aquilo que o artista cristão retrata em sua arte é a totalidade da vida. A arte não deve ser apenas um veículo para um tipo de evangelismo autoconsciente.

Se, portanto, o cristianismo tem tanto a dizer sobre as artes e ao artista, por que temos produzido tão pouca arte cristã nos últimos tempos? Creio que a resposta já deve estar clara. Não temos produzido arte cristã porque temos nos esquecido de quase tudo o que o cristianismo diz sobre as artes." (Francis Shaeffer, A Arte e a Bíblia)

sexta-feira, 25 de abril de 2014

All Sons and Daughters

Dia cheio: malhação, trabalho, almoço com os sobrinhos... Enfim, alive & kicking, como diz uma amiga :)

Por hoje, vai uma canção do All Sons and Daughters que conheci através de uma outra amiga. Ouvi outras coisas da banda, mas confesso que, até o momento, só gostei mesmo dessa música. Ela tem uma levada folk, bem americana mesmo. É isso. Bom fim de semana!

Oh How I Need You - All Sons and Daughters





quarta-feira, 23 de abril de 2014

Sobre o dilúvio de Aronofsky

A despeito de todas as críticas (uma, em especial, muito contundente) e comentários contra, acabei cedendo à minha curiosidade e indo assistir Noé. É... A primeira coisa que pensei quando saí da sala foi "ainda bem que paguei meia". Pois sim... Trata-se de um filme roliudiano que se propõe a ser o que ele veio a ser: um desses filmes catástrofes com um enredo como pano de fundo que dê motivo para as cenas de computação gráfica.

Muitos cristãos foram às salas de cinema, esperando ver algo do relato bíblico sobre Noé. Mas um diretor que, pelo que ouvi falar (não consegui confirmar esta informação), é um judeu que se tornou ateu nunca poderia tratar da história de Noé teologicamente. Sim, nem teologicamente, pois é impossível a um ateu fazer teologia.

O filme apresenta um deus distante e incompassivo ao qual nem sequer chamam "Deus". É o Criador. Um Noé obstinado a seguir seu chamado que, aliás, nem fica claro no filme como se dá. Afora os vários elementos que aparecem como por mera mágica.

Ainda que se assistisse pelo enredo. Há momentos, em que a história se arrasta e o filme chega a ficar cansativo, como se faltasse aquela nota de resolução. E, falando em música, a trilha sonora (como sempre, o que mais presto atenção) mostra-se apelativa, sempre criando clima de tensão, de medo.

Tive a chance de assistir Cisne Negro (filme anterior do mesmo diretor) e mal posso reconhecer elementos que me façam acreditar que tenham sido do mesmo diretor. Se é para conhecê-lo, recomendo que assistam o filme anterior e aguardem o próximo. Aronofsky, certamente, não era o homem certo para Noé.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

O velho Woody

Assisti ontem (finalmente!) Blue Jasmine, o último filme do Woody Allen. Delicado e ácido ao mesmo tempo, o filme revela o quão frágil é nossa natureza humana. Uma mulher rica e falida que pede abrigo a irmã, vivendo em condições que, provavelmente, nunca imaginara viver, enfrentando outra realidade e tendo de lidar com um ambiente que só lhe causa desprazer. Tudo isso após o falecimento do marido (que a traía e a levou à falência). Pude reconhecer aquelas velhas vozes de Allen em algumas cenas. Sua falta de pudores e aquele humor fino e ácido de sempre. Some-se isso tudo à belíssima atuação de Cate Blanchet. Enfim, belo filme!


sábado, 19 de abril de 2014

Encontros

Às vezes, duas pessoas se encontram
Os olhos se encontram, as almas se encontram
E se conhecem

Às vezes, dois estranhos se esbarram
E não pedem desculpas
E se vão

Dois encontros, dois esbarrões
Dois estranhos, duas pessoas
De estranhos a pessoas... Um abismo, uma ponte

Salomão e a sulamita, ponte
Vinícius e seus amores, abismo

Qual caminho?

"Estas três coisas me maravilham; e quatro há que não conheço:
O caminho da águia no ar; o caminho da cobra na penha; o caminho do navio no meio do mar; e o caminho do homem com uma virgem." (Provérbios 30:18-19)

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Tempus fugit

Queridos!

Passando por aqui só para dar outra boa notícia: voltei a trabalhar. Estou, aos poucos, me adaptando a nova rotina, tentando arduamente manter a academia e os livros. Falando nisso, acabei de reler "A Arte e a Bíblia" do Schaeffer. Pretendo sentar e escrever uma crítica sobre o livro, mas já adianto que foi uma leitura demasiadamente prazerosa com a qual me identifiquei muito. Enfim... É isso. Aos poucos, as coisas vão acontecendo. Tudo na direção de Deus. A Ele sou grata.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Coração sábio

"Quem conhece o poder da tua ira? Segundo és tremendo, assim é o teu furor.

Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios.

Volta-te para nós, Senhor; até quando? Aplaca-te para com os teus servos.

Farta-nos de madrugada com a tua benignidade, para que nos regozijemos, e nos alegremos todos os nossos dias.

Alegra-nos pelos dias em que nos afligiste, e pelos anos em que vimos o mal.

Apareça a tua obra aos teus servos, e a tua glória sobre seus filhos.

E seja sobre nós a formosura do Senhor nosso Deus, e confirma sobre nós a obra das nossas mãos; sim, confirma a obra das nossas mãos."

Salmos 90:11-17

Dois versículos me chamam atenção neste salmo: o 12 ("ensina-nos a contar os nossos dias...") e o 17, principalmente a 2ª parte ("...e confirma sobre nós a obra das nossas mãos...").

O pensamento pós-moderno não nos ensina a contar os nossos dias. Viver como se não houvesse amanhã não é saber contar nosso tempo. Perdemos a consciência de uma eternidade com Deus, de uma perspectiva de eternidade. Daí, o salmista, que reconhece o poder da ira de Deus, que reconhece que se trata de um Deus temível, clama por Suas misericórdias. E vai além, pede que seja refletida nele, em Seus filhos Sua própria glória e encerra: "confirma sobre nós a obra das nossas mãos". Que Deus nos ensine a contar nossos dias para que alcancemos um coração sábio e, em alcançando um coração sábio, nossas obras sejam boas, sejam dadas por Ele e que Ele as confirme. Assim, viveremos para Sua glória e louvor.

domingo, 13 de abril de 2014

Enciclopédia musical

Passando por aqui só para dizer... Estive boa parte da tarde conversando com um amigo que se revelou uma tremenda enciclopédia musical! Eu diria que tenho muito a aprender com ele. Ele foi da música nordestina ao rock anos 70 com uma destreza de dar inveja rs. Tudo bem. Um dia eu chego lá... Mas enquanto isso não acontece, eu me contento em consultar o dicionário Cravo Albin e o Google.

A todos, uma ótima semana!

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Malaquias 4:2 (The Welcome Wagon)

Gosto muito de folk. Aquele som de violão cru, bandolins, pandeirola... Coisa assim. Foi conversando com um amigo sobre um som cristão alternativo (será que cabe esse rótulo??) que descobri The Welcome Wagon. Gostei de cara. É uma canção que me faz pensar muito naquilo que Schaeffer fala sobre adequar o veículo à mensagem. "But for you who fear my name" tem uma letra forte, consistente, bíblica e que nos traz esperança. Venha o sol da justiça.


But for you who fear my name - The Welcome Wagon



quarta-feira, 9 de abril de 2014

Vicente Celestino e a graça comum

Ouvi esta canção outro dia em um almoço com meu pai. Só então percebi, no seu conteúdo, o quanto ela tinha da graça comum.

Em homenagem ao meu pai que também gosta de serestas:



Porta Aberta
Vicente Celestino

Vinha por este mundo sem um teto
Dormia as noites num banco tosco de jardim
Sem ter a proteção de um afeto
Todas as portas estavam fechadas para mim...
Mas Deus, que tudo vê e nos consola
Em seu sagrado Templo me acolheu
E, além de me ofertar aquela esmola,
Meu destino transformou
Meu sofrimento acabou
E a minha vida renasceu...
Porta aberta
Tendo o emblema de uma cruz
Essa porta não se fecha
Contra ela não há queixa
São os braços de Jesus
Porta aberta
Por Jesus de Nazaré
Desvendou-me o bom caminho
Hoje é meu doce ninho
Novamente deu-me a fé
Porta aberta
Já não vivo mais ao léu
Porta aberta
Ao transpor-te entrei no céu
Porta aberta
Nunca mais hei de esquecer
Que és na terra minha luz
És o bem que me conduz
Desde o berço até morrer!

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Arcanjo & Alexandre

Realmente não lembro se já postei isso aqui. Pelo sim e pelo não, estou postando hoje. Trata-se de um pequeno vídeo de um encontro do Luiz Arcanjo e do João Alexandre. Vale a pena assistir sobretudo pelas colocações do João Alexandre. Gostei e endosso aqui o que ele fala.

Boa semana a todos!


sábado, 5 de abril de 2014

Arte como doxologia

"A arte e a ciência têm um lugar na vida cristã - não são periféricas. Para o cristão, redimido pela obra de Cristo e que vive segundo as normas das Escrituras e sob a liderança do Espírito Santo, o senhorio de Cristo deve incluir o interesse pela arte. O cristão deve usar a arte para glorificar a Deus, não simplesmente como propaganda evangelística, mas como algo belo para a glória de Deus. Uma obra de arte pode ser, em si, uma doxologia.

(Francis Schaeffer, A Arte e a Bíblia, grifo meu)

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Como óleo precioso

Hoje tive a oportunidade de visitar um casal muito querido da igreja da minha mãe. Foi uma pequena viagem até Bangu City (RJ) que valeu muito a pena. Eu, a mais nova do grupo, me peguei observando como podem viver bem os da casa da 3ª idade (desculpem aqueles que gostam do termo, mas "melhor idade" pra mim soa pura hipocrisia, além do que "melhor idade" não seria sempre aquela que a gente tá vivendo?).

Foi uma visita especialmente importante porque se trata de um casal que não tem mais podido ir à igreja que frequentavam. Eles têm sentido muita falta dessa comunhão, desse convívio. Então foi bom levar um pouco dessa comunhão, desse partilhar para eles.

"Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união.
É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Arão, e que desce à orla das suas vestes.
Como o orvalho de Hermom, e como o que desce sobre os montes de Sião, porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre." (Salmos 133:1-3)



terça-feira, 1 de abril de 2014

O tempo de cada coisa

"Tudo tem seu tempo determinado e há tempo para todo propósito debaixo do céu" (Ecl. 3:1)

No livro de Eclesiastes, o autor afirma que não só há um tempo determinado para tudo, como há um tempo para todo propósito debaixo do céu. Há tempo de plantar, de colher, de rir, de chorar... De ajuntar pedras e espalhá-la (o que interpreto como fazer e desfazer alianças). Há tempo de abraçar e de afastar-se de abraçar. Tempo a ser respeitado, aceito com mente e coração.

Vivemos em um período que desrespeita o tempo das coisas. Desrespeita o nosso tempo. Sofremos com isso, pagamos um preço. Penso que o tempo de Deus é um tempo redimido, um tempo que nos constrói, restaura. Ele não nos destrói, nos consome como é o tempo da nossa época.

Saber respeitar o tempo, aguardá-lo, abraçá-lo. Eis aí um grande desafio. Que Deus nos dê sabedoria nesse caminhar.