segunda-feira, 2 de julho de 2018

A raiva

Uma das grandes preocupações de quem tem o TB, principalmente o tipo I (sim, vou falar disso de novo!) é saber lidar com a raiva. Confesso que pra mim isso ainda é um grande desafio.

Vamos por partes. Se você notar que vem tendo atritos frequentes com uma certa pessoa, considere um  afastamento temporário até que você tenha conseguido lidar com sua raiva e se sinta mais disposto ao diálogo. Ok. Essa é uma opção que vale, na maioria das vezes, para amigos ou familiares com quem você não tem obrigação de estar sempre. Mas quando é um colega de trabalho ou alguém que veja sempre. Amigo... Aí, mantenha a educação e, sabe aquela música do Rei Leão: "somente o necessário, o extraordinário é demais"... Seja sempre educado e cortês e tente sempre que estiver longe da pessoa, reavaliar as coisas. Talvez a realidade te pareça diferente.

Ok, mas e quando você convive com essa pessoa? Puxa... Aí, querida... Se interna num mosteiro budista e só sai de lá quando virar um  monge,  kkk... Bem, na real, vou dizer o que acontece comigo.

Eu estou exatamente nessa situação. Sabe aquele momento em que você se sente totalmente impotente em que tudo o que você disser será usado contra você? Quando a sensação que você tem é de que você deve tá com todos os pinos frouxos pra ver uma realidade que o outro não vê  (ou não quer ver, que também é uma possibilidade), você se sente ferido e totalmente incompreendido e, simplesmente, não tem abertura para o diálogo. Bem, depois de pensar em mil e uma formas de acabar com a criatura, você se impõe à realidade: convivo com esse... ser e preciso lidar com minha vontade quase sádica de ve-lo em maus lençóis.

Quadro descrito, passo a dizer o que consigo fazer. Primeiro, sou cordial. Posso não ser carinhosa ou meiga, mas cordial sempre. Procuro agir para o bem desta pessoa apesar da minha vontade de esganá-la. Procuro pensar antes de agir (a raiva não é boa conselheira) e tento agir sempre para o bem dessa pessoa (pense que, em algum momento, seus sentimentos vão mudar). De grão em grão, suas boas ações vão fazer com que essa pessoa não lhe pareça tão má assim.

Por fim, passe tempo só. No meu caso, choro minhas mágoas com Deus e é muito bom. Deus é Pai, amigo. Ele vê o que não vemos. E confie que, por pior que pareça, é uma situação passageira e ninguém é tão ruim assim que não seja capaz de ter um instante de verdade.

Quanto a mim, sigo contando 1, 2, 3... Até mil ou o que for.