domingo, 30 de julho de 2017

Sobre TB e relacionamentos

Uma dura e triste realidade sobre o transtorno bipolar (pois é, ele de novo) é que ele pode ser o estopim de muitos relacionamentos fracassados. Já perdi amigo, namorados e, espero em Deus não perder mais ninguém.

Como evitar? Talvez não haja como evitar. Mas se seu esposo/a namorado/a o ama honestamente, então ele precisa de informações sobre a doença o quanto antes. Quanto mais informações confiáveis, melhor.

Entenda que o primeiro passo vc já deu (informar-se), mas e depois? Tente acompanhar o tratamento de seu cônjuge/namorado. Converse com ela/ele a respeito do assunto, pergunte como se sente, ajude-a a aliviar sua carga de estresse, até mesmo fazendo coisas por ele/ela.

E... saiba que, mesmo com tudo isso, pode ser que ele/ela entre em crise e vá precisar de você mais do que nunca. Saiba que atribuir culpa a um paciente TB em períodos de crise por suas ações pode, sim, ser um ato de covardia. Minha recomendação é que se está se relacionando com um bipolar, informe-se, informe-se e informe-se. Se não quiser proximidade saia o quanto antes. O rompimento de um relacionamento com um bipolar (seja qual for e por quanto tempo for) é terrivelmente danoso para ele/ela e só piora o quadro. Mas se já criou laços, então esta é sua grande oportunidade de exercer compaixão, misericórdia e amor genuínos.

quarta-feira, 5 de julho de 2017

Poderia falar, etc parte II

Depois que li a postagem anterior e tive algum feedback sobre o texto, senti que precisava de um ps. Longe de encerrar o assunto, há necessidade de acrescentar mais alguns itens à lista. Então, vamos lá.

Sono. É importantíssimo que, seja lá qual for o distúrbio, a pessoa durma bem. Uma boa noite de sono assenta o que vivemos durante o dia, repõe nossas energias e, acredito que é coadjuvante no processo de cura (que seria a estabilidade).

Cores. Não falei desse item antes,  mas é como no ambiente. Se vc passa a maior parte do tempo vestindo preto, é como estivesse num quarto semi-escuro. Prefira coisas leves, sempre.

Atividades e trabalho. Bem, o paciente com TB pode e deve buscar uma vida equilibrada e ativa, mas sempre respeitando seus limites. Se você é estudante e, além da escola, faz jiu jitsu, inglês, espanhol, surfa e ainda trabalha... Você pode não dar conta de tudo isso e precisar selecionar o que é mais importante e, ainda, você pode não conseguir dar conta daquilo que normalmente fazia. Um exemplo. Por  conta dos meus estudos, volta e meia tinha de lidar com autores considerados bem complexos. Duvido que agora eu conseguisse ter concentração e a capacidade de raciocínio de sempre pra ler Pierre Bourdieu, C.S Lewis ou mesmo algo mais concreto. Talvez seja oportuno ler coisas mais digestivas e viáveis. Dar à mente e ao corpo o tempo deles para voltarem ao que eram.
Acredito que, por hora, é o que tenho a acrescentar.