terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Passagem

Último dia do ano, tempo de balanço. Reavaliar o que foi, o que é e propor o que será.
Último dia, último mês, um ciclo que se encerra ou, simplesmente, um dia que se passa. Amanhã, renovação. Dificilmente há quem passe esta transição sem pensar nesta avaliação, neste balanço.
O meu já está há algum tempo habitando minha mente e hoje, confesso, estou mais preocupada com horários. Mas se tem algo que este dia me lembra são dois versículos:

"O que é, já existiu; e o que há de ser, também já existiu; e Deus procura de novo o que já se passou."
(Eclesiastes 3:15)

"Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens."
(1 Coríntios 15:19)

Se 2013 não foi o ano que você esperava, ao menos, foi o ano que Deus nos deu para vivê-lo e nos deu por Sua graça, assim como está nos dando 2014.

Um Feliz Ano Novo!

domingo, 29 de dezembro de 2013

Da inspiração e do sentido da arte

"Certamente, nem toda arte é Deus falando como uma musa inspiradora por meio de um artista. Em vez disso, é a natureza humana que cria. O artista como ser humano não desaparece, deixando a musa inspiradora sozinha falar. Portanto, podemos considerar o seguinte salmo da Septuaginta uma poesia escrita por Davi simplesmente como poesia:

Eu era pequeno entre meus irmãos
E o mais jovem na casa de meu pai.
Cuidava das ovelhas de meu pai.
Minhas mãos formaram um instrumento musical
E meus dedos tocavam o saltério.
E quem dirá ao meu Senhor?
O próprio Senhor, ele mesmo ouve.
Ele enviou o seu anjo
E me tirou das ovelhas de meu pai.
E ele me ungiu com o óleo de sua unção.
Meus irmãos eram belos e altos,
Mas o Senhor não teve prazer neles.
Eu saí ao encontro do filisteu
E ele me amaldiçoou com seus ídolos.
Mas eu desembainhei sua espada e o decapitei
E removi o opróbrio dos filhos de Israel."


(Francis Schaeffer, A Arte e a Bíblia, p. 31-32, grifo meu)

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Offline

Céu azul e brilhante na capital carioca. Passando o dia com os sobrinhos. Vamos à praia, contemplar as belezas que fez o nosso Criador.

Comecei há poucos dias a leitura de A Arte e a Bíblia, do Francis Schaeffer. À medida que a leitura for avançando, venho aqui contar minhas descobertas. Por enquanto, posso dizer que está sendo um presente a leitura. Schaeffer tinha muita razão em criticar o modo como vemos a arte. Seu livro continua atualíssimo (mesmo após décadas).

Um bom fim de semana a todos!

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

A menina que roubava livros e o dilema da morte

Estou no finalzinho do livro A menina que roubava livros, saboreando as últimas palavras, esticando-as como se elas fossem chiclete. Pretendo fazer uma breve crítica do livro (vamos ver se terei ânimo), mas por hora, posso falar que o que mais fizeram saltar meus olhos na obra foi a forma como a narrativa é construída, que é, realmente, bonita e o pano de fundo da história: a 2ª Guerra. O livro nos faz lidar com o dilema da morte quase que em todo o momento. Isso me fez lembrar de uma história contada pela Norma Braga, Garfos a postos (lendo, vocês vão entender por quê) e também de um versículo em I Coríntios 15:19 que diz: "Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens".

Que nossa esperança olhe sempre mais adiante, para uma eternidade com Cristo.

sábado, 21 de dezembro de 2013

O pentecostalismo e o estudo teológico

Mais uma boa questão que o livro de McAlister traz à tona:

"Existe uma fatia bastante grande no meio evangélico que rejeita o estudo teológico lançando mão do versículo bíblico que diz que 'a letra mata, mas o Espírito vivifica' (II Co. 5:6). Ou seja, estão pondo a experiência acima do conhecimento teológico. O que o senhor diria para essas pessoas?

É a própria pergunta de Jesus feita aos discípulos: 'Quem os homens dizem que eu sou?' (Mt. 16:13). Mas que Jesus é esse? É o Jesus dos espíritas? Claro que não. Então temos de saber quem é esse Jesus. Pedro responde em nome dos outros: 'Tu és o Cristo, o filho do Deus vivo' (Mt. 16:16). Essa é uma afirmação de implicações teológicas profundas. Em que qualidade ele é filho? Que Deus é esse? O que significa ser o Cristo? Ignorar as perguntas e ignorar a necessidade das respostas é o cúmulo da irresponsabilidade."

(Walter McAlister, O Fim de uma Era)

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Walter McAlister e o louvor no culto

"O Senhor poderia identificar erros cometidos hoje em dia na liturgia dos cultos?
(...)
A segunda coisa que vejo é que caímos em certos hábitos na hora do louvor. Por exemplo, os pentecostais sempre aplaudem ao final de cada música. Não há espaço para silêncio - aliás, os pentecostais têm pavor de silêncio - e entre as músicas, os dirigentes pecam por uma tagarelice compulsiva, com frases feitas para tentar fazer pontes entre uma música e outra; ou fazem mini-pregações. Esses hábitos acabam dificultando que a pessoa tenha realmente oportunidade de servir bem a Deus." (Walter McAlister, O Fim de uma Era)

Não saberia dizer se acontece só nas igrejas pentecostais. Mas, com certeza, pode-ser dizer que aversão a silêncio e um certo gosto pelo barulho é da cultura brasileira. Cabe ao cristão saber usar qual e qual, pois o objetivo maior do louvor em um culto é a contemplação, adoração a Deus. Daí, penso que cada grupo de louvor deveria se perguntar: como adorar a Deus com a música? Como levar cada membro a contemplá-lo?

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Diálogo interior da morte sobre a morte

"Deus.
Sempre pronuncio esse nome, ao pensar naquilo.
Deus.
Duas vezes, eu repito.
Digo o nome Dele na vã tentativa de compreender. 'Mas não é a sua função compreender.' Essa sou eu respondendo. Deus nunca diz nada. Você acha que é a única pessoa a quem Ele nunca responde?" (Markus Zusak, A menina que roubava livros, p. 306)

Ah, se o autor tivesse lido o livro de Jó... Que resposta encontraria!

domingo, 15 de dezembro de 2013

Gospel na TV

Vi anunciando na TV, num canal de grande projeção, um festival de música gospel. A chamada dizia algo como "mais amor, alegria e fé" e mostrava alguns dos cantores/grupos se apresentando. Mais do mesmo. É uma pasteurização de um modelo tirado da música secular (até aí, entendo... música, cultura e toda essa ligação), mas cadê a criação? Cadê o Evangelho? Uma canção que contenha palavras como "Jesus, salvação, amor" e uma meia dúzia de clichês, não se constitui cristã pelas palavras-chaves que contém ou não. Aliás, o próprio rótulo de "música cristã" é questionável, pois como disse uma vez um cantor cristão no meu Twitter não existe uma "arte cristã", mas artistas cristãos. O que estaríamos divulgando para o Brasil? Gospel, hoje, virou um segmento no mercado musical brasileiro. Parece que tão somente isto.

No mais, deixo com vocês o manifesto do Cante as Escrituras, que é um movimento dedicado à conscientização dos envolvidos com louvor a realizarem uma música biblicamente fiel.

Uma boa semana a todos!

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

O Grande Artista

Sem inspiração. Hoje, academia, máquinas e casa. Uma tarde oca me espera.

Com tudo o que está acontecendo, chuvas, fim do ano, época de balanço... Lembro-me da canção do Stênio, Tapeceiro:

Tapeceiro
Grande artista
Vai fazendo o seu trabalho
Incansável, paciente
No seu tear

Tapeceiro
Não se engana
Sabe o fim desde o começo
Trança voltas, mil desvios
Sem perder o fio

Minha vida é obra de tapeçaria
É tecida de cores alegres e vivas
Que fazem contraste no meio das cores
Nubladas e tristes

Se você olha do avesso
Nem imagina o desfecho
No fim das contas
Tudo se explica
Tudo se encaixa
Tudo coopera pro meu bem

Quando se vê pelo lado certo
Muda-se logo a expressão do rosto
Obra de arte pra honra e glória
Do Tapeceiro

Quando se vê pelo lado certo
Todas as cores da minha vida
Dignificam a Jesus Cristo
O Tapeceiro.


É isso. Ele é o Grande Artista que sabe o fim desde o começo. Ele tem cuidado de tudo e é como John Piper disse no seu blog (Desiring God), nenhum sofrimento é sem propósito e em vão.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Notícias

Estive na ultima consulta do ano para verificar como está o transtorno. Tudo caminhando bem. Ainda assim, mantenho as mesmas medicações e dosagens. Mas a ideia, segundo a médica, é que eu fique só com o lítio mesmo. No momento, o que mais me incomoda é o sono, que anda irregular. As manhãs, nem sempre são boas. Uma depressão matinal aqui e ali que dificultam o exercício da minha rotina. Muita coisa a aprender sobre transtorno bipolar, espero, em breve, ter tempo para dedicar a algumas pesquisas.

É isso.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

"O fim de uma era": diálogos possíveis

Car@s,

Terminei a leitura de O Fim de uma Era, do Bispo Walter McAlister. Mal sei por onde começar a falar do livro. Confesso que, por vezes, o autor me surpreendeu. Outras vezes, discordei e me vi em um lugar comum.

O livro, como diz a capa, é "um diálogo crítico, franco e aberto sobre a igreja e o mundo nos dias de hoje". Concordo. Há momentos em que a honestidade do diálogo me surpreendeu e me emocionou. Aqui cabe uma outra confissão: como pertenci a uma Igreja Cristã de Nova Vida a anos atrás (na época, Igreja Pentecostal de Nova Vida, sem divisões), peguei o livro cheia de ideias fechadas e formatadas a respeito do conteúdo. Eu o li, dialogando com o texto e meus preconceitos. Isto posto, consideremos o livro em si.

Quando se escreveu "diálogo" na capa, não entendam por metáfora. O formato da obra é de uma entrevista dividida em dez partes mais as considerações finais do Bispo. Nesta divisão, o livro trata de vários temas que vão da Igreja e sociedade, ao trabalho de um sacerdote (o pastor, por assim dizer), o movimento pentecostal e neopentecostal, família e entra em questões mais polêmicas como homossexualismo, escândalos e teologia da prosperidade (para não citar outros). Basicamente, isto. Foi instigante ler. O autor, uma das figuras mais proeminentes do pentecostalismo brasileiro da atualidade, coloca no texto seus posicionamentos de forma honesta e aberta, sem medo de críticas.

Do que pude perceber, me incomodaram, no entanto, um pano de fundo em particular e algumas intervenções do entrevistador. Explico. Não é ensinada como doutrina na ICNV a "graça comum". Explicando rapidamente, a "graça comum" de Deus é aquela que alcança todos os homens e que, em contraste com a "graça específica" (ou salvadora), faz nascer o sol sobre justos e injustos. Enfim, isso muda radicalmente nosso ponto de vista quanto ao mundo. Nos faz olhar com graça o homem e sua cultura. Longe de dizer que todos os homens são justos e que suas produções constituem obras perfeitas, mas o fato é que isto nos faz olhar os homens de forma diferente da que olharíamos se nos baseássemos pela suas obras somente. Pois bem. Até onde pude observar, há momentos em que fica evidente no livro aquela velha divisão "Igreja" vs. "Mundo" enquanto a complexidade dessa divisão vai além. Como na visão de Pedro com todos aqueles alimentos considerados impuros dispostos em um lençol para que Pedro se alimentasse (Atos 10:9-16). Outro ponto que deixou a desejar diz respeito à participação do entrevistador. Algumas perguntas óbvias demais, deixando passar pontos mais complexos e reveladores. Suas questões ilustram também um modo de ver "preto no branco", talvez por seguir a linha conforme argumentado acima a respeito da graça comum.

Quero destacar, ainda, dois pontos que estão nas considerações finais da obra. Vejamos o que o autor diz sobre a Igreja:

"A Igreja continua sendo serva de sua cultura. Precisamos decretar a independência deste mundo e do sistema mundano e servir a Deus somente; servir a Ele nos parâmetros que Ele define. Isso nos traz o grande desafio, uma espécie de história a mais." (p. 304, grifo meu)

Esse parece ser um dos pontos nevrálgicos do texto: a situação da Igreja na atualidade. Ao meu ver, entender que ela é serva de sua cultura é enxergar só um lado da moeda. Mas talvez, ao encarar a realidade de como vão a maioria das igrejas em relação à pregação do Evangelho, não restem muitas opções sobre o assunto. Ainda assim, é preciso entender que cada igreja está inserida em um contexto cultural e que dialoga com ele. Vale a convocatória do entrevistado aqui para dizer que precisamos servir a Deus "nos parâmetros que Ele define".

Um último trecho que gostaria de destacar trata do que o próprio Bispo fala a respeito de toda sua conversa:

"Não chamo todos para um diálogo comigo. Chamo para um diálogo, primeiro, interior; depois, com a Palavra; e, finalmente, de um com o outro. Será que o que estamos fazendo é certo? Será que o que acreditamos ser certo é certo? Ou será que perdemos o bonde? Para que viver na crista da onda se a onda está indo na direção errada? Tenhamos a coragem de nadar contra a correnteza." (p. 305, grifo meu)

Em consonância com a capa, o livro encerra propondo um diálogo ao leitor. Um diálogo que não se fecha, mas se desdobra em várias outras questões e nos faz perguntar se estamos, como o autor diz, "nadando contra a correnteza" e de acordo com os parâmetros bíblicos. Nos resta mergulhar.









sábado, 7 de dezembro de 2013

Há dias...

Há dias em que o fôlego não vem
Há dias em que o pássaro se debate na gaiola
Há dias em que não há vírgulas ou pausas
Há dias em que o grito implode no pensamento
Há dias em que a mente é um cavalo indomado

(...)

Há dias em que o coração sufoca por dentro
Há dias em que uma hemorragia interna nos afoga
Há dias em que uma poeira ao vento é mais preciosa
Há dias em que as cores se suicidam
Há dias em que nada, nenhum silêncio conforta


Em todos estes dias: "Porque há esperança para a árvore, que, se for cortada, ainda torne a brotar, e que não cessem seus renovos" (Jó 14:7)

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Da profundidade do coração humano

Pensando sobre o coração do homem, quero me deter na seguinte citação:

"Quem pode mapear as forças que agem na alma? O homem é uma profundeza, Senhor. O número de cabelos na sua cabeça é, em muito, mais fácil de contar do que seus sentimentos e as correntezas do seu coração." (Santo Agostinho)

Daí, penso: a terapia é um trabalho impossível. Nem por isso dispensável, é verdade, mas, com certeza, impossível. Estaríamos perdidos se ninguém houvesse que pudesse mapear o coração humano. Então, lembro do salmo 139:

"Senhor, tu me sondas e me conheces.
Sabes quando me sento e quando me levanto; de longe percebes os meus pensamentos.
Sabes muito bem quando trabalho e quando descanso; todos os meus caminhos te são bem conhecidos."
(Salmos 139:1-3 e por aí vai)

O homem é, sim, uma profundeza, mas que, para a nossa alegria, Deus conhece. É como li em um texto sobre aconselhamento bíblico para bipolares, se o bipolar é aquele que amplifica os sentimentos humanos, Jesus é a resposta para esse coração, para esse coração indomado.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Sola Escriptura

Cada vez que me deparo com Stott, acho-o imprescindível no nosso contexto. Olha que relevante:

"Algumas formas de misticismo têm crescido no meio da igreja, introduzindo novas formas mais sutis de idolatria, produzindo um esvaziamento da dimensão ética da fé, que é substituída por rituais mágicos para lidar com a realidade. Os que antes eram conhecidos como o povo do Livro agora se veem numa postura que confunde livre acesso à Escritura com livre interpretação da Escritura." (Crer é também pensar, p. 11, grifo meu)

Vejo aqui uma descrição exata do que acontece em várias igrejas neopentecostais. Vejo multiplicar o que chamaria de "patuá gospel" em detrimento de uma crença sólida nas Escrituras e tão nelas somente. Chega de subterfúgios heréticos. Sola Escriptura.

domingo, 1 de dezembro de 2013

Um bom dia

Hoje passei o dia com uma amiga. Amei a companhia. Nos encontramos na igreja, demos um pulinho na minha casa e depois fomos a um shopping almoçar. Comida árabe. Em suma, foi uma manhã e tarde super especial. O que ficou disso tudo? Dentre tantas conversas, ficou aquele versículo de ICoríntios 15:19: "Se nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes dentre os homens". É isso, entender que temos a eternidade pela frente, que é maravilhoso viver momentos como esse, mas entender que teremos muito mais alegrias na vida por vir. A sobremesa sempre vem depois. Imagina quão bom será!