segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Mensagem de Natal

Puxa... Quase um mês que não escrevo. Quem me dera fazer disso um ofício ou ter disciplina para dedicar uns dez minutinhos que fosse para um pensamento ou uma ideia. Como se faz notar, não é da minha praxis. Mas enfim... Deixando o preâmbulo de lado, vamos ao que interessa. Começamos dezembro. O último mês do ano e, talvez, por isso mesmo, o mais importante deste (bem, depois do meu mês, claro rsrs). Esse primeiro dia me deu o tom de encerramento de mais um ciclo que completamos em torno do sol. Mais um verão, mais um Natal e com isso, mais uma chance de fazermos aquela retrospectiva e percebermos nossos erros e nossos acertos. Mais que isso: mais uma chance de vermos como Deus age em nossas vidas. Dentre tantas coisas que eu poderia dizer... Aqui vai um ensaio de mensagem de Natal:


  • Olhe sempre para a cruz, para o que ela significa. Se tivéssemos a dimensão do que foi a vinda de Cristo à Terra... Não seríamos tão desumanos.
  • Entenda que, embora você não possa voltar atrás e consertar os seus erros, temos um Pai que nos perdoa de todas as faltas e está sempre nos apontando o melhor caminho.
  • E por fim (porque eu gosto do número três), ame. Ame, ame, ame. Quem ama, perdoa, quem ama se doa, quem ama faz o mundo melhor e entende o que é, de fato, mais importante nessa vida.

Antes de me despedir, gostaria de deixar aqui um conto sobre o Natal, desejando a todos um período de muitas alegrias, paz e amor (aquela coisa toda, etc e tal):





sábado, 15 de novembro de 2014

Meu fado

Não é sempre que me dá uma certa ansiedade de ouvir um estilo determinado de música. Hoje a melancolia me fez companhia e, com ela, veio a lembrança do fado. Comecei por Dulce Pontes (não a considero exatamente uma fadista, mas ela bem que arrisca lá suas notas) e estou terminando por Mariza. Esta, aliás, em uma "palhinha" no programa do Jô mostrou ter um sotaque brasileiro impecável. Fiquei impressionada. Mas, voltando ao fado... O fado faz companhia a solidão e ao lamento de forma esplendorosamente bela. E Mariza, como "cantadeira de fado", entende bem isso. Mas, se me permitem, não sei se a chamaria de tradicionalista como ela mesma se declara. Em um sentido pode ser, mas ela dá uma roupagem nova ao fado e uma melancolia própria do nosso tempo, um deslocamento, um desencaixe que... Pensando bem, não seria isto algo inerente à tristeza do artista? Vamos ao fado.



terça-feira, 11 de novembro de 2014

Eu te amo

Quando não houver mais o que falar
Quando eu não conseguir entender mais e mesmo assim estar
Sempre que você me for um enigma
Sempre que me for pedido paciência
Em toda minha prudência
Vendo ao longe nosso caminho

Quando sua voz embargar
Quando meu "não" for "sim"
Quando gritar de dor
Sempre que eu suportar a dor

Sempre que você me pedir
Quando você nada quiser
Sendo você quem é
Com o apreço com que ama uma mulher

Com minhas doses insuficientes
Crente no socorro do Pai
Honradamente
Sempre
Com um amor que não se esvai

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Um vislumbre de esperança

"My tea's gone cold, I'm wondering why I got out of bed at all
the morning rain clouds up my window and I can't see at all
And even if I could it'd all be grey, but your picture on my wall
it reminds me that it's not so bad
it's not so bad

I drank too much last night, got bills to pay
my head just feels in pain
I missed the bus and there'll be hell today
I'm late for work again
and even if I'm there, they'll all imply that I might not last the
day
and then you call me and it's not so bad
it's not so bad and"

Estas são as duas primeiras estrofes de "Thank you", música da cantora inglesa Dido cuja tradução pode ser facilmente encontrada no site Vagalume ou Letras. Não que eu seja grande fã da cantora, mas acho que nessa canção ela passou um recado importante e um recado que Deus nos dá o tempo todo, mesmo em tempos de tribulação. Na canção as coisas não parecem dar certo pra cantora, tudo parece ir de mal a pior, mas seu amado a faz lembrar que nem tudo é ruim assim. Há um vislumbre, um raio de esperança, de alegria. E isto Deus faz conosco: nunca nos deixa às escuras. Talvez você possa lembrar do salmo 88 nessa hora e pensar que há, sim, situações de completa escuridão. Mas então penso... A quem o salmista endereça sua queixa? Como foi com Jó: com quem ele se queixa e derrama suas tristezas. Creio que enquanto percebermos que Deus é nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na tribulação, teremos olhos para as ações de graça que Ele espalha em nosso caminho.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Sobre o tempo

Passando por aqui pra dizer que não poderia estar aqui. Nossa, isso soou confuso, né? Tempus fugit. Quanto mais a gente se utiliza de meios para se economizar tempo, mais a gente gasta. Não somos senhores do tempo e essa é uma verdade que precisa ser reconhecida. O tempo nos é dado, nos é oferecido como uma dádiva e importa saber geri-lo. É aí que mora o perigo... Sem mais, que aproveitemos o dia de hoje para as coisas de hoje. Baste a cada dia o seu mal.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Blog Action Day - Desigualdade

Estou aqui, excepcionalmente, em um dia par (rs) escrevendo para o Blog Action Day que neste ano é sobre desigualdade. Bem, como acabei de concluir um curso de ledor, não poderia falar de outro tópico: pessoas com deficiência. Estamos ainda caminhando para que a sociedade seja, de fato, inclusiva, mas talvez as maiores barreiras não sejam as dos recursos, mas a da desinformação e a do preconceito (ê, chavão rs). Deixo aqui um vídeo elucidativo sobre a questão. Que cooperemos para um mundo mais justo apesar de sermos, por natureza, injustos.


Inclusão:


quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Caminho da sandice

Hoje, apesar de ser Dia do Mestre, vou trabalhar. Como disse uma professora minha, optei pelo caminho da sandice. Mas não me arrependo. Venho colhendo bons frutos. Venho aqui deixar minha pequena homenagem àqueles que nos permitem ter um papel na sociedade e, assim, dar nossa contribuição para que o mundo seja mundo. Segue uma leitura de Machado de Assis postada no site Releituras. Feliz Dia do Mestre!


Um Apólogo

Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo?
— Deixe-me, senhora.
— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.
— Que cabeça, senhora?  A senhora não é alfinete, é agulha.  Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.
— Mas você é orgulhosa.
— Decerto que sou.
— Mas por quê?
— É boa!  Porque coso.  Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?
— Você?  Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu?
— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...
— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando...
— Também os batedores vão adiante do imperador.
— Você é imperador?
— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser.  Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:
— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco?  Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...
A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe:
— Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas?  Vamos, diga lá.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha: 
— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico. 
Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:
— Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!

Texto extraído do livro "Para Gostar de Ler - Volume 9 - Contos", Editora Ática - São Paulo, 1984, pág. 59.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

The unknown

Uma conversa sobre Gênesis e Escatologia fez com que eu me fizesse a seguinte pergunta: por que insistimos em saber tanto? Ou, pelo menos, saber? Nos incomodam as lacunas, as perguntas não respondidas e por isso pesquisamos, investigamos. Enviamos o homem à lua, fizemos a bomba de hidrogênio e, contudo, é como está em Isaías (?): "porque os meus pensamentos são mais altos que os vossos pensamentos"... Não devíamos esquecer jamais disto. Ele é criador.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Amanhã

Essa deve ser minha última postagem antes das eleições. Confesso que acho o voto obrigatório quase que uma violência e pior ainda o modo como as escolhas são feitas. Já pensou se, ao invés de serem gastas somas de dinheiro com o Horário Eleitoral não fosse feita uma publicação impressa contando a trajetória política e as propostas de governo de cada candidato? E se, ao invés de serem 5 cargos fossem 3 com uma divulgação dos nomes mais bem organizada, transparente? Mas enfim... "Já pensou, já pensou, já pensou" não resolve a situação atual. O que nos resta? Participar do processo pura e simplesmente? Lembro-me por alto das "Diretas Já". Uma vontade, um desejo, um movimento de mudança. Não vejo esse movimento hoje em dia... Uma inércia, talvez. Em todo caso, meu desejo é que o domingo não seja o dia em que o Brasil morre (como escrevi em um conto que está "na gaveta"), mas um dia de esperança e que cantemos com Chico "Apesar de você amanhã há de ser outro dia"...

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Cansaço

Hoje acordei cansada. Mas engana-se quem acha que cansaço é só físico. É bem verdade que existe aquela história de que "quando a cabeça não pensa o corpo padece". Devo concluir que ando pensando muito pouco ultimamente? Bem... Pensei pouco, então, ao escolher minha carreira. Lembro que quando comuniquei à minha professora de Literatura que havia optado pela mesma graduação que ela, ouvi logo um parabéns seguido por "optou pelo caminho da sandice". Na época, eu lá com meus 17 aninhos, eu não tinha menor ideia do que era "sandice" e, confesso, que mesmo procurando a palavra no dicionário, fiquei sem entender o que ela quis dizer. Passadas algumas décadas (pois é, décadas!), eu passei a não só entender como a concordar com ela... Pois é, professora, optei pelo caminho da sandice. Acrescento, e do cansaço.

domingo, 21 de setembro de 2014

Mais dilemas existencialistas em Woody

Depois de um século sem ver nenhuma película do velho Woody no cinema, ontem assisti "Magia ao Luar". Trilha sonora bem típica (jazz anos 40?), ambientação também de época, boa fotografia e, claro, ótimos diálogos e tiradas ácidas e irônicas. Durante o filme me lembrei de "Blue Jasmine" (que não vi na telona, mas...) pela temática. Dois filmes de gêneros diferentes, mas considerei ambos existencialistas. Em "Blue Jasmine" vemos um Woody que julgo ser tão pessimista quanto o Woody de "Magia ao Luar", fazendo ecoar Eclesiastes "tudo é vaidade e correr atrás do vento". Por outro lado, "Magia ao Luar" tem a doçura de nos fazer fantasiar sobre uma mudança de perspectiva, sobre o lado bom do ser humano. É claro que isso tudo é desconstruído ao se desatar os nós da trama, mas, por um tempo no filme, o espectador é levado a acreditar que o ser humano pode mudar. É neste e em outros pontos que Woody não encerra a questão (por não considerar o ponto de vista cristão). De toda forma, tanto pelos diálogos quanto pela técnica, "Magia ao Luar" faz valer a ida a um cinema.

Uma boa semana!





P.s: Ponto também para a atuação do Colin Firth

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Por que a igreja canta?

Ah, o domingo nosso de toda a semana... Sei que estamos em plena 4af e vai demorar um tiquinho até o domingo. Mas, por isso mesmo, porque temos esse tempinho, gostaria de compartilhar hoje um texto que tem muito da nossa rotina, digamos, "cristã domingueira". Domingo é dia de cantar a Deus, de Lhe prestar culto e por que o fazemos e o fazemos em grupo. Por que cantar com a igreja? É sobre isto que trata o texto que quero mostrar e que cheguemos nas nossas igrejas no próximo domingo entendendo a importância de tão belo chamado. Uma boa reflexão.

sábado, 13 de setembro de 2014

A sétima arte e o mercado cinematográfico

Gosto muito de cinema. Tela grande, sala escura, toda atenção voltada a uma história. Mas confesso aqui que o mercado cinematográfico tem me tirado esse prazer. Alguns motivos: penso que faltam bons filmes, filmes que unam conteúdo à forma, mais: filmes cuja forma se harmoniza com o conteúdo e não se apresenta pura e simplesmente como um cliché. Outra razão (que hoje, por ser sábado, se faz evidente): é preciso se programar quase que uma semana antes, do contrário, você não encontra ingressos para o filme. "Monstrinhos de ingresso" diria alguém que conheci. Por aí... Você fica todo animado para ir, finalmente, ver aquele filme que saiu, do diretor que você mais gosta e... Nada de lugar na sala pra você. Sem contar o preço do ingresso... Por essas e outras que sou fã de iniciativas como a do cuevana.

domingo, 7 de setembro de 2014

Brava gente brasileira

Hoje é feriado. Dia sete de setembro. Confesso: não fosse usar o Google hoje, a data teria me passado despercebida. Feriado em pleno domingo também... Mas, ainda que tarde, me ocorreu algo: poderia ser uma data melhor aproveitada com um boa troca de ideias sobre o Brasil contemporâneo, sobre eleições, rumos possíveis pra nação e coisa e tal. Não quero cair no clichê e, além disso, nunca me senti apta para uma bate papo político, mas nossa gente anda precisando de novos horizontes, né não?

domingo, 31 de agosto de 2014

Sobre o amor

Estava outro dia conversando com uma grande amiga no Skype sobre o amor ou sobre o que Erich Fromm diria ser a arte de amar. Quando nos deparamos com o texto bíblico de 1 Co. 13, somos levados a enxergar quão árdua é essa tarefa de aprender a amar, somos confrontados com a nossa natureza pecaminosa e falha diante de um amor que é perfeito, diante da natureza do amor, que é o próprio Deus. Daí, entendemos que tudo o mais é bola fora, é equívoco. Cristo amou, Ele foi nosso maior exemplo. Com Deus, aprendemos a amar: "Nós o amamos a ele porque ele nos amou primeiro" (1 João 4:19) e nós nos amamos porque Ele nos amou primeiro. Assim, aprender a amar ao próximo passa, necessariamente, pelo amor com que Deus nos amou e nos ama. Que aprendamos esse amor, que é o verdadeiro amor, e nos tornemos mais semelhantes a Cristo.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

O X da questão

Gosto muito do texto em Eclesiastes que diz que "tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu" (Ec. 3:1). Penso em Deus como um grande maestro regendo a orquestra da vida. Ele rege o universo de forma harmoniosa e complexa para nós, porém simples e clara. O fato de não entendermos como não significa que não seja assim. E Ele o faz desde antes da fundação do mundo. Mas... E o mal? O sofrimento? Essas são, de fato, duas grandes questões para o cristão, mas... Se cremos em um Deus soberano que rege o universo sabiamente e harmoniosamente, entendemos também que até mesmo o mal e o sofrimento têm seu propósito. Não resolvemos a questão por aqui... Como disse Paulo (1 Co. 13: 12) não temos uma visão plena das coisas, vemos como que por um espelho. Se assim vemos, temos na Bíblia a confiança em um Deus que é não somente soberano, mas bom e justo. E tudo redunda na fé.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Marília Gabriela e o mundo "gospel"

Hoje assisti (na verdade, ouvi enquanto fazia outras coisas) a entrevista da Sarah Sheeva (filha da Baby do Brasil) no programa da Marília Gabriela. Ok. Talvez vocês se perguntem: "Mas por que você foi gastar seu tempo logo com isso?". Então... Não gastei porque estava fazendo outras coisas. Mas sabe... Até valeu ouvir. Suscitou algumas questões. Não é de hoje que a Marília Gabriela convida celebridades "gospel" para serem entrevistadas no seu programa. Fiquei me perguntando o que faz isso acontecer e por que vai quem vai. Nunca a vi chamar cristão que não fosse pentecostal. Nunca a vi chamar teólogo que fosse de outra linha teológica. De modo geral, achei a entrevista da moça interessante, mas teve lá suas "bolas fora". Não acho que valha a postagem do vídeo aqui, mas se você chegou a ficar curioso... Youtube tá aí pra isso rs.

domingo, 17 de agosto de 2014

A sinceridade de Dylan

Gosto do Bob Dylan. Gosto de rock, folk e gosto dos protestos com que imprime suas canções. Já faz tempo que assisti "Não estou lá" (uma biografia do cantor/compositor talvez?), o que me afasta de fazer uma crítica do filme. Mas uma cena ficou gravada: a do encontro de Dylan com os Beatles. Não me recordo bem do diálogo, mas lembro que Dylan foi de uma sinceridade tal sobre o que pensava dos Beatles e suas letras "yeah, yeah, yeah" sobre garotas e tal que, após o encontro, a banda inglesa resolveu escrever letras e canções mais significativas e elaboradas. Teria sido sinceridade de Dylan ou vontade pura e simples de alfinetar os quatro garotos de Liverpool? O tema vale outra postagem. Por enquanto, lanço a pergunta e deixo um comentário do filme feita pelo apresentador do Telecine Cult (cujo nome não me ocorre agora).

Inté!


quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Tudo junto

Passando por aqui só pra dizer por que meus "gaps" têm estado cada vez maiores. Então... Muito trabalho. Mesmo. Em casa e na rua. Jornada dupla. Mas, no meio disso tudo, ainda encontrei tempo pra comemorar meu aniversário ontem. E, surpreendentemente, meus amigos lembraram da data mesmo eu não usando Facebook já há uns 2 anos. Agora... Presente que eu queria mesmo... Descanso. Acho que hoje vou ter. É isso. Até mais ver!

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Anima Mundi

Esse ano consegui ver um longazinho do Anima Mundi. Há tempos não sabia o que estava acontecendo no festival, mas este ano eu tive uma oportunidade e agarrei. Gostaria de dizer mais sobre o festival, mas só vi um longa. Então é sobre ele que vou comentar: Lisa Limone ja Maroc Orange: tormakas armulugu. Trata-se de uma produção da Estônia de 2013 cuja história tem como pano de fundo a trajetória de um herói do povo que casa com a filha de um empresário. Tecnicamente, o filme é primoroso. Já o roteiro... Deixou a desejar, sem contar algumas cenas um tanto quanto sem propósito. Há quem veja muita filosofia em uma pena caindo, mas às vezes, a "pena" é só uma pena caindo. Parece-me uma tendência nas produções atuais que se intitulam ou são intituladas "cult". Afinal, o que é esse tal de "cult" mesmo, hein?

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Sobre o ofício

Saber que o trabalho de professor é ingrato todo mundo sabe. E não é de ontem! Machado de Assis já havia escrito o conto "O Apólogo" salientando tal questão. Mas... Ainda assim, há dias em que tomamos o poder de decisão nas mãos e dissemos "agora é minha vez".

Lembro-me das explicações de uma querida professora de português na faculdade que uma vez disse que "pupilo(a)" era aquele ou aquela que passava a enxergar quando nossos olhos de mestre já não podia mais e, num sentido, é isto que fazemos: damos vista aos nossos alunos. Mas o processo não é de mão única (ufa!) e, assim, no ensinar acabamos por aprender. Aprendemos sobre o ofício, sobre o assunto do qual tratamos e sobre pessoas e no cotidiano com elas é que vivenciamos o amor de Deus. Sim, trabalho ingrato, mas agraciado por nosso Pai Celestial.

terça-feira, 29 de julho de 2014

E assim vai

Saudades de andar por estes pagos... Mais lacunas, menos tempo. Tempus fugit. Essa expressão, aliás, já está virando saliva na minha boca rs. Enfim... Passando pra dizer que consegui, no meio da correria, terminar mais uma leitura: "Os Quatro Amores", do C. S. Lewis. Faria uma resenha crítica do livro não fossem duas coisas: tempo e informação. O livro me pareceu bastante perspicaz, acurado como as observações de Lewis. Mas só me pareceu... Para algo mais concreto, eu precisaria de uma segunda leitura. Em todo caso, há trechos que, por si só, se explicam e valem a pena as passagens que passam em ignorância:

"Nós fomos feitos para Deus. É somente sendo de algum modo como ele, somente sendo manifestação de sua beleza, benevolência, sabedoria ou bondade, que nossos Amados terrenos podem ter despertado nosso amor." (p. 193)

Trata-se de uma obra que começa sem maiores pretensões e termina muito bem, convocando os leitores a atentarem para a Caridade como elemento que deve embasar todos os outros amores.

Assim me despeço. Vou mergulhar em outra leitura. Sim, porque ler é viver.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Labirinto

No filme O Labirinto do Fauno, uma pequena garotinha tece para si um mundo de fantasia e de história em que ela é a chave para salvar um reino (ou coisa assim). Um livro mágico, um porta-voz (o fauno) e curiosidade. É tudo o que ela tem. Sua realidade é muito dura e muito sofrida. Sua fantasia é sua salvação, sua alegria. E, como por obra divina, ela, mesmo não conhecendo todos os meandros de sua empreitada, ela segue cada etapa sem medo. Mas há um momento em que nós, espectadores (não ela) pensamos que vamos nos perder, que não há saída. Nesse momento, a protagonista do filme parece perdida por alguns segundos, mas prontamente toma a decisão correta e alcança sua recompensa.

Quando mais pensamos que estamos perdidos é que devemos lembrar:

Tu és o lugar em que me escondo; tu me preservas da angústia; tu me cinges de alegres cantos de livramento. (Selá.)
Instruir-te-ei, e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com os meus olhos.

Salmos 32:7-8

segunda-feira, 21 de julho de 2014

O exemplo de Cristo - perdão

Aos 45 minutos do 2º tempo, uma breve reflexão sobre o perdão... Outro dia recebi a sugestão de falar algo sobre o assunto, mas não tinha tido nenhum insight além dos já conhecidos que o valesse. Assim sendo, deixei o tema adormecido em mim até que me dei conta de uma coisa um tanto óbvia. Quando perdoamos alguém, é comum que encontremos várias justificativas para que esta pessoa (ou pessoas) tenha falhado conosco. Dizemos "ela/ele não fez por mal" e levamos em consideração as coisas boas que nos fizeram. Mas Cristo foi além... Perdoou os inimigos. Seus algozes. Perdoou aqueles que intencionalmente quiseram lhe fazer mal e estavam certos disso. O que havia de bom nessas pessoas para dizermos "não foi por mal"? Nada. É aí que reside o perdão...

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Sobre pecado sexual

Nunca vi um assunto tão delicado ser tratado de forma tão lúcida e verdadeira quanto neste vídeo do John Piper. Suas palavras, com certeza, encontram eco em um coração regenerado por Deus. Que Deus o abençoe e lhe dê cada vez mais sabedoria para ministrar a palavra de Deus.





terça-feira, 15 de julho de 2014

Infinitude

"Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor, porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos." (Isaías 55:8-9)

Cá estou depois de mais uma lacuna. É... Nem sempre a gente consegue fazer aquilo a que se propõe. E isso é parte do ser humano, não é "privilégio" de ninguém.

Estou aqui senão para colocar um breve, mas complexo pensamento: o da infinitude. A passagem acima traz um contraste entre os pensamentos do homem e os pensamentos de Deus. Lembram-me uma canção que diz: "E apesar dessa glória que tens/ Tu te importas comigo também". Impossível compreender todos os caminhos e propósitos divinos. Contudo, o exemplo de Cristo nos aponta para a certeza de que Deus é tudo aquilo que seus apóstolos, dentre vários outros autores bíblicos falam: um Deus misericordioso, bom e amoroso. Seja qual for o tempo, que nosso bordão possa ser como o de Jó: 
"Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra" (Jó 19:25).

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Pensando alto

"Wond'ring aloud -
how we feel today.
Last night sipped the sunset -
my hand in her hair.
We are our own saviours
as we start both our hearts beating life
into each other"

Os versos acima são de uma canção que gosto bastante da banda inglesa Jethro Tull. Eles surgiram no final da década de 60, mas seu tempero fazem do som dessa banda algo que ultrapassa o tempo. Afinal de contas, quem pensaria em misturar música celta, flauta transversal com guitarra para fazer rock? Da canção "Wond'ring aloud", encontrei uma versão muito interessante com, aproximadamente, sete minutos de duração, mesclando a delicadeza da versão do CD Aqualung com aquela pitada de rock psicodélico que só a geração de 70 tinha. Sem contar na letra, muito bem construída... Aliás, esta vale uma tradução e uma nova postagem. Quem sabe um dia, né? ;)

Wond'ring aloud, vídeo (abaixo) e letra.





quarta-feira, 9 de julho de 2014

Pra ouvir sem tecla shuffle

Hoje tenho 5 minutinhos. Mas não queria deixar de passar por aqui. Sempre aproveito a hora de me arrumar pra sair, ouvindo uma música. No cardápio de hoje, uma das minhas bandas favoritas: Dave Matthews Band. Boas letras, boas melodias, ritmo cativante. Volto a falar deles por aqui... Por hora, deixo vocês com uma das minhas músicas favoritas. Pra ouvir sem tecla shuffle rs.


Crash into me- DMB


segunda-feira, 7 de julho de 2014

Dez minutos

Faltam apenas dez minutos. Em dez minutos posso fazer alguma coisa...

Dez minutos pra respirar
Dez minutos para escrever
Dez minutos para refletir
Dez minutos para sentir
Dez minutos para orar
Dez minutos para interceder

Pelo Paquistão, pelo Sudão, pela Coréia, por amigos...
Dez minutos contemplativos
Dez minutos para meditação.

Restam dois minutos. Obrigada pela atenção :)

sábado, 5 de julho de 2014

Tempo de luto

Não lembro bem se em Eclesiastes ou em Provérbios, mas em um destes livros o autor fala que há mais sabedoria no luto do que no banquete. E há mesmo. De tempos em tempos, nos vemos em situações limítrofes até tal qual a descrição de Davi: o "vale da sombra da morte". Creio que, precisamente, são nestas situações em que mais aprendemos de Deus. Não que o banquete não nos traga sabedoria, mas o período de provação carrega consigo uma imposição sobre o homem em se sujeitar sem defesas ao seu Criador. Somos confrontados conosco e com nosso modo de pensar, sentir e com nossa conduta. Lembro-me de Jó que, em seu sofrimento, meditou sobre a vida, sobre o perverso e reconheceu o quanto tinha de aprender sobre tudo. Inteligência humilhada. É, precisamente, num período de provação que estamos mais propensos a rever nossos caminhos. Embora doa e pareça, às vezes, insuportável, passado o luto, vemos o quanto crescemos em graça e amor.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

A princesa e a ervilha

Há um conto de fadas que narra a seguinte história: um príncipe queria se casar, mas só aceitava se a candidata fosse uma princesa de verdade. Certo dia, uma moça bate à sua porta pedindo abrigo, dizendo ser uma princesa. Ele, então, comunica o fato à rainha-mãe que, prontamente, teve uma ideia. Ela fez uma cama de vários colchões, cobertas e tudo o mais que pudesse incluir e lá no fundo colocou uma ervilha. Disse ao filho que se ela fosse realmente uma princesa, seria sensível a tal ponto de sentir o caroço de ervilha debaixo de todos aqueles colchões e cobertas. A princesa, sem saber de nada, dormiu no leito preparado pela rainha e, ao amanhecer, acordou com certa dor nas costas. Indagaram-na sobre a causa de sua dor e ela afirmou sentir um pequeno caroço na cama. O príncipe teve, então, a certeza de que precisava e casou-se com a princesa. Termina aí a história.

Que Deus nos torne sensíveis a tal ponto de expurgarmos todos os caroços de ervilha que incomodam.

terça-feira, 1 de julho de 2014

Horário comercial

Horário comercial. Naquela hora, naquele tempo estarei disponível. Não me ligue um minuto sequer a mais. Não me chame um minuto sequer mais cedo. Estou em off, desligo. Fale comigo (ou com a gravação) das 8h às 17h. Ou então, não fale. Horário comercial. Que é então "horário comercial"? Estou inventando a partir de hoje o "anti-horário (com hífen ou sem, hein? rs) comercial". Funciona assim: amigos muito chegados, emergências de calor humano, ouvido pra desabafar, qualquer horário. Necessidade de colocar suas emoções pra fora, resolver um conflito ou simplesmente vontade de ouvir a voz, qualquer horário. Qualquer outra pessoa para falar de dinheiro, problemas no trabalho, pendengas em geral, fale com a gravação.

Não seria fabuloso? rs

domingo, 29 de junho de 2014

O bom pastor

"Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; o teu bordão e o teu cajado me consolam" (Sl. 23: 4)

Já falei aqui, algumas vezes, sobre TB (transtorno bipolar). Há tempos não falo sobre isso por uma questão bem simples: estou me sentindo bem estabilizada, embora alguns medicamentos (como calmantes) se mantenham. Aprendi que é possível compreender (ainda que não em sua totalidade) o transtorno e conviver bem com ele, como convivem os diabéticos com a diabetes, os hipertensos com a hipertensão e por aí vai. Contudo, sei que, ainda que com todos os cuidados, uma nova crise está no campo da possibilidade. O que me sustenta é, como disse o profeta, "trazer à memória aquilo que nos dá esperança". Saber que "ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte", Deus estará comigo (como esteve) me diz não apenas que estou segura e que tenho abrigo, mas diz sobre o próprio Deus que, como o bom pastor, dá a vida pelas ovelhas. Isto é graça. Sublime graça.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

A ausência do amor presente

Saudades... Saudades porque é preciso sentir saudades. A saudade é uma presença, que de tão presente, nos consome, nos absorve, nos envolve. É preciso vivê-la em toda sua dimensão amorosa. A boa saudade. A saudade que espera (em ambos os sentidos), a saudade que enobrece. Saudade eloquente, saudade que engrandece, fascina, encanta. Como na canção de João de Barro "a saudade é dor pungente". Ah... Saudades.


A Saudade Mata a Gente - Dick Farney



quarta-feira, 25 de junho de 2014

Dizendo "não"

Dizem que não se deve começar a escrever com uma negação... Discordo. Aliás, discordo, nego, digo não. Não é uma das coisas que mais precisamos ouvir hoje em dia. Não só as crianças... Adultos também. Não.

Uma amiga, certa vez disse que o "não" era um dos primeiros sinais de afirmação da personalidade. Esclarecemos nossos limites dizendo "não".

Penso que o não mais difícil de se dar é aquele que precisamos dar para nós mesmos... "Não, não seja orgulhosa". "Não, não diga isso ou aquilo". "Não, não faça isso." Quanto ofendemos a Deus por trocar o "não" por "sim"? Dizemos "sim" para nós mesmos, tratamo-nos como reizinhos, pequenos príncipes e princesas e nos mimamos enquanto esquecemos do próximo a quem deveríamos dizer "sim". Pior, dizemos "não" pra Deus. 

Que tenhamos temor e sabedoria para aprender o tempo e a hora de dizer "não" aos nossos pequenos grandes delitos.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Dia de jogo

Sucumbindo ao calendário da Copa, hoje não pensei em nada pra postar... Mas, se pudesse em poucas palavras dizer algo que valha, diria: não abra mão do seu ócio contemplativo nem por força dos jogos. Não abra mão do seu tempo com o Criador. Não abra mão daquilo que é essencial.

Pois, que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma?
Marcos 8:36

sábado, 21 de junho de 2014

A amizade por C. S. Lewis

Depois de um gap (agradeçam à bendita Copa), volto aqui para postar sobre mais um pouquinho do livro "Os Quatro Amores" do Lewis:

"A Amizade surge do mero Companheirismo quando dois ou mais companheiros descobrem que têm em comum alguma ideia, interesse ou mesmo gosto de que os demais não partilham e que, até aquele momento, cada um deles acreditava ser seu tesouro (ou fardo) especial. A expressão típica do início da Amizade seria algo como: 'O quê? Você também? Pensei que eu fosse o único'."

É isso. Um encontro de almas. Um "que bom que estamos do mesmo lado".


Ao meu melhor amigo, meu namorado e a todos os demais que partilham comigo desta jornada que se chama vida.

terça-feira, 17 de junho de 2014

De "Malcolm" a vida

Ontem estava no metrô quando vi um jovem negro com uma camisa com a seguinte frase: "Estou de Malcolm a vida". Eu, que adoro trocadilhos, não resisti e ri disfarçadamente. Depois, em uma conversa com uma amiga, fiquei pensando no sentido do que o jovem queria dizer ao vestir uma camisa como aquela. Malcolm X foi um ativista afro-americano, eu ousaria dizer: sectário, cuja vida foi marcada por uma conduta leviana. Estar de "Malcolm" a vida poderia ser, além de estar de mal com a vida, se opor a ela, opor-se ao sistema, mas opor-se também a possibilidades mais éticas de se ir contra este sistema.

domingo, 15 de junho de 2014

Ócio contemplativo

Em Eclesiastes, fala-se que "tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu" (3:1). Gosto tanto desse versículo bíblico que já foi até assinatura do meu e-mail por bastante tempo. É, de fato, uma verdade... Uma verdade que mal reconhecemos.

Venho pensando no sentido do sabbath judaico em contraste com o cotidiano agitado em que vivemos. Algumas conclusões... O homem precisa de um descanso e de tempo para o Criador. Negar isso é negar sua própria essência. Fomos criados para o louvor da glória de Deus e contemplar a beleza de Sua santidade e Sua criação é ser humano, é expressarmos nossa humanidade de forma plena. Os tempos modernos, como bem coloca Charlie Chaplin no seu filme fizeram com que o homem se voltasse para a máquina cada vez mais a ponto de entendê-la como criação suprema quando, na verdade, a máquina é apenas um meio. O olhar da ciência se distanciou e muito do olhar daquele que contemplava as estrelas e a criação como um todo em busca de respostas. Sufocamos nossas perguntas? Deixamos o essencial de lado?

Penso que nos falta o que chamo de "ócio contemplativo". "Tempo para todo o propósito debaixo do céu"... Tempo para trabalhar, estar com os amigos, família, mas tempo também para se estar só e na solitude, encontrar-se com o Criador, pois é em Sua luz que vemos a luz. Contemplar, assim, também é adorá-lO, é vivê-lO.

Que tenhamos todos uma boa semana com tempo para os amigos, para os jogos, para as festas, mas tempo também para contemplar.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Novamente, sobre bipolaridade

Perdoem-me a lacuna... Nem eu consegui escapar ao frisson da Copa. Aliás, a Copa está bagunçando meu calendário todo! Enfim...

Hoje gostaria de voltar a falar sobre algo que há algum tempo já não falo... Transtorno Bipolar, ou simplesmente, TB ou TAB (incluindo o termo "afetivo"). Pra quem não conhece ou não conhecia (como minha mãe), muitos dúvidas e mitos em torno do assunto. Posso falar por mim, depois de aproximadamente 2 anos de tratamento (que é contínuo), estou levando uma vida praticamente normal. Tenho observado que, até mesmo a privação de sono, já não me causa o efeito negativo que antes causava. Tenho me sentido também mais disposta e não tenho observado grandes oscilações de humor. Nem tudo são flores... Continuo com a conta no vermelho e o desejo de comprar não diminui. Graças a Deus que me ajuda a controlar isso.

Mas então... O que vem a ser TB (ou TAB)? Trocando em miúdos, é um transtorno de humor caracterizado pela alternância de estado maníaco e depressivo. Pesquisando na rede, achei um blog bem interessante sobre o assunto. Há também o site do ABRATA (Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos) que é bem esclarecedor.

Só mais uma palavra sobre o assunto (longe de esgotá-lo). Aqui vai um relato pessoal. Tenho até hoje amigos que não acreditam no meu diagnóstico... Mas alguns indícios me mostram que ele foi certo: 1. identifico-me muito com os sintomas tanto da fase depressiva quanto da fase maníaca do transtorno; 2. Três médicos diferentes deram o mesmo diagnóstico para o meu caso; 3. O tratamento para TB funcionou e tem funcionado até hoje, graças a Deus.

No mais, não sinto que seja mais nenhum bicho de sete cabeças... Psicoterapia, ser amparada pela família, estar cercada de amigos e, sobretudo, conhecer o poder restaurador do amor de Deus podem fazer qualquer paciente com TB se restabelecer. O tratamento é essencial, mas não é completo. Deus conhece profundamente a alma humana.


segunda-feira, 9 de junho de 2014

Que venha a Copa

Ainda que, em pleno mês de Copa do Mundo, não ousaria dizer que há, nesta edição do mundial, um ufanismo generalizado como costumamos ver (para a tristeza dos comerciantes?). Se uma das coisas que faz do Brasil, Brasil for o futebol... Neste ano seria preciso rediscutir essa ideia. Mas, sim... Sendo contra ou a favor, o evento não deixa de ser o assunto da vez. E venho eu aqui, leiga, postar sobre o assunto. Uma breve reflexão apenas: a Copa vai passar. Brasil ganhando ou perdendo, protestos e greves acontecendo ou não, vida que segue, conta que chega, corrupção sem punição. Apontar é preciso, mas que esforço a mais demandaria de nós para que as lacunas, as debilidades maquiadas pela Copa fossem sanadas?

sábado, 7 de junho de 2014

Um pensamento e alguma poesia

Um momento. Um instante. Um segundo. Um texto. Uma linha. Um pensamento: Deus.

Porque dele e por Ele, e para Ele, são todas as coisas; glória, pois, a Ele eternamente. Amém.

Romanos 11:36

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Da escrita

Todos os dias ímpares costumo tirar uns 5 minutinhos pra sentar em frente ao note e escrever algo que valha (é como sei postar). Algo que valha... Bem, encaro sempre o dilema da "página em branco" e depois penso no quão relevante é o que quer que eu tenha a dizer. Aí é que são elas... Aí é que tremo na base. Vai uma pequena reflexão sobre o próprio ato de escrever:
"Escrever é copiar algo que já está escrito em outro lugar" (Bianca Ramoneda)

Tudo alimenta a escrita: o cotidiano, a vida, nossa fé... O que me faz lembrar de uma famosa citação de Wittgenstein: "os limites da minha linguagem são também os limites do meu mundo". Como profissional da área da linguagem, tendo a concordar com  o que ele diz... Mesmo os não-formalmente instruídos revelam em seu falar um conhecimento da linguagem que dificilmente teriam se não tivessem alargado as fronteiras de seus mundos.

Escrever para reelaborar, escrever para comunicar e mais que isso... Escrever para ser. Ser para escrever.

terça-feira, 3 de junho de 2014

Mens sana in corpore sano

Passando por aqui praticamente pra dizer "oi" e "tchau" :( Ok... Uma notícia. Eu, que nunca pensei que entraria em uma academia (sempre fui ligada a lutas com armas de corte: esgrima ocidental e chinesa), estou frequentando uma academia por... Digamos... Um ano. Meu maior obstáculo era a música. Mas onde frequento, fui, ouvi e achei bastante razoável (gostar já seria exagero rs). Confesso que só faço musculação. Seria absurdamente chato não fossem os colegas de "maromba" que encontro por lá. Estou até lendo um pouco sobre o assunto (oh, meu Deus!). Trocando em miúdos, mens sana in corpore sano. Cuidar do corpo é importante.

domingo, 1 de junho de 2014

O beijo

"Essa mistura e essa sobreposição dos amores se manifestam pelo fato de que, em quase todas as épocas e lugares, os três têm em comum o beijo como forma de expressão. Na Inglaterra moderna, a Amizade não o usa mais, mas a Afeição e Eros, sim. O beijo faz parte tão plenamente desses dois amores que hoje não é possível dizer qual dos dois o tomou emprestado do outro, se é que houve algum empréstimo. Pode-se dizer, sem dúvida, que o beijo de Afeição difere do beijo de Eros. Sim - mas nem todos os beijos entre amantes são beijos de amantes..."
     
                                                                                         (C. S. Lewis, Os Quatro Amores)

sábado, 31 de maio de 2014

A mensagem da cruz

Motivo de vergonha, escárnio, zombaria... Mas canto como a canção:
"Sim, eu amo a mensagem da cruz
Té morrer, sim a vou proclamar
Levarei eu também minha cruz
Té por uma coroa trocar"


Paul Washer - A cruz que os pregadores modernos carregam


quinta-feira, 29 de maio de 2014

Oração de Davi em Crônicas

Diante de tantas canções substancialmente vazias em sua teologia, de "louvores" que são nada mais, nada menos que exaltação do próprio homem, encontro na oração que Davi fez pouco antes de seu filho Salomão ser proclamado rei um exemplo perfeito do que deve ser um louvor a Deus. A Ele, que é digno de toda nossa adoração. Criador dos céus e da terra, conhecedor de todas as coisas. Soli Deo Gloria.

"Por isso Davi louvou ao Senhor na presença de toda a congregação; e disse Davi: Bendito és tu, Senhor Deus de Israel, nosso pai, de eternidade em eternidade.
Tua é, Senhor, a magnificência, e o poder, e a honra, e a vitória, e a majestade; porque teu é tudo quanto há nos céus e na terra; teu é, Senhor, o reino, e tu te exaltaste por cabeça sobre todos.
E riquezas e glória vêm de diante de ti, e tu dominas sobre tudo, e na tua mão há força e poder; e na tua mão está o engrandecer e o dar força a tudo.
Agora, pois, ó Deus nosso, graças te damos, e louvamos o nome da tua glória.
Porque quem sou eu, e quem é o meu povo, para que pudéssemos oferecer voluntariamente coisas semelhantes? Porque tudo vem de ti, e do que é teu to damos.
Porque somos estrangeiros diante de ti, e peregrinos como todos os nossos pais; como a sombra são os nossos dias sobre a terra, e sem ti não há esperança.
Senhor, nosso Deus, toda esta abundância, que preparamos, para te edificar uma casa ao teu santo nome, vem da tua mão, e é toda tua.
E bem sei eu, Deus meu, que tu provas os corações, e que da sinceridade te agradas; eu também na sinceridade de meu coração voluntariamente dei todas estas coisas; e agora vi com alegria que o teu povo, que se acha aqui, voluntariamente te deu.
Senhor Deus de Abraão, Isaque, e Israel, nossos pais, conserva isto para sempre no intento dos pensamentos do coração de teu povo; e encaminha o seu coração para ti.
E a Salomão, meu filho, dá um coração perfeito, para guardar os teus mandamentos, os teus testemunhos, e os teus estatutos; e para fazer tudo, e para edificar este palácio que tenho preparado.
Então disse Davi a toda a congregação: Agora louvai ao Senhor vosso Deus. Então toda a congregação louvou ao Senhor Deus de seus pais, e inclinaram-se, e prostraram-se perante o Senhor, e o rei."

1 Crônicas 29:10-20

terça-feira, 27 de maio de 2014

The Lady of Shallot

"But Lancelot mused a little space;
He said, 'She has a lovely face;
God in his mercy lend her grace,
The Lady of Shalott.'"     

Os versos acima são de um poema de Alfred Lord Tennyson chamado "The Lady of Shallot". Contam sobre uma dama que vivia em um quarto tecendo o que podia ver da vida através de um espelho. Um belo dia ela cansa de ver "sombras" e se lança para fora do quarto. O espelho se quebra e a maldição vem sobre ela, matando-a. A dama de Shallot foi atraída para o mundo exterior ao ver Sir Lancelot e, já morta, o cavaleiro a vê e diz as palavras acima ("ela tem um rosto amável; Deus, em sua misericórdia, a emprestou graça", em um esboço de tradução rs). A dama de Shallot sintetiza em nós a busca pela realidade, ainda que sofra as consequências. Não vemos o todo, como Paulo coloca em I Coríntios 13, mas vemos aquilo que Deus nos revela a cada dia e isto basta.


The Lady of Shallot - Loreena McKennit



domingo, 25 de maio de 2014

Os amores segundo Lewis

"O Amor-Necessidade clama por Deus de nossa pobreza; o Amor-Doação deseja servir a Deus, ou sofrer por Ele; o Amor Apreciativo diz: 'Nós te damos graças por tua grande glória.' O Amor-Necessidade diz de uma mulher: 'Não consigo viver sem ela'; o Amor-Doação deseja proporcionar a ela felicidade, conforto, proteção - e, se possível, riqueza; o Amor Apreciativo a contempla, e prende a respiração, e se cala, e se alegra por tamanha maravilha existir, mesmo que não para ele, e não se sente inteiramente deprimido por perdê-la, e preferiria perdê-la a jamais tê-la visto.

Mata-se ao dissecar. Na vida real, graças a Deus, os três elementos do amor se misturam e sucedem um ao outro a cada instante. Talvez nenhum deles, com exceção do Amor-Necessidade, jamais exista sozinho, em pureza 'química', por mais de alguns segundos. E talvez seja assim porque nada em nós, com exceção de nossa privação, é permanente nesta vida."

                                                                                    (C.S. Lewis, Os Quatro Amores, grifo meu)

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Dust in the wind

I close my eyes
Only for a moment and the moment's gone
All my dreams
Pass before my eyes with curiosity
Dust in the wind
All we are is dust in the wind
Same old song
Just a drop of water in an endless sea
All we do
Crumbles to the ground, though we refuse to see

Dust in the wind
All we are is dust in the wind
Now don't hang on
Nothin' lasts forever but the earth and sky
It slips away
And all your money won't another minute buy
Dust in the wind
All we are is dust in the wind
(All we are is dust in the wind)
Dust in the wind


Os versos acima são de uma banda chamada Kansas (anos 80) e foram regravados por outros cantores. É uma canção que, certamente, foi além de seu tempo. Não por ter sido regravada, mas pelo seu conteúdo. Ela fala da fragilidade humana e do quão impotente somos. Vejo nela um diálogo com o livro de Jó e com várias outras passagens bíblicas. "...all your money won't another minute buy" (todo o seu dinheiro não vai comprar um minuto). Somos "poeira no vento". Somos pó, "embora nos recusemos a ver". E como nos recusamos! Até que uma calamidade aconteça e nos pare. Um problema de saúde, tragédias naturais, enfim... Como foi a resposta de Deus a Jó depois que Jó contendeu com Deus: onde estavas quando lancei os fundamentos da terra? E Deus segue falando de como estabeleceu a criação e do quanto Jó era pequeno diante disso tudo. Nossa única esperança está nEle. Por Ele, pra Ele e nEle vivemos e existimos.


P.s: A letra traduzida pode ser encontrada aqui e a canção, aqui.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Manutenção da vida

Acordar, levantar, escovar os dentes, comer, comer de novo, tomar banho, dormir, dormir menos, cansar mais, respirar, respirar novamente, manter o pulso, manter a batida, trabalhar, pagar contas, sobreviver, viver, andar, deitar, mover-se, mover-se ininterruptamente, falar, calar-se, DESCANSAR. Tudo outra vez e outra vez, tudo e, antes, DESCANSAR.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Amar e conviver

Embora a tentação seja grande, esta não é uma postagem sobre o livro de Erich Fromm (aliás, recomendo a leitura). Dia desses me deparei com uma canção que dizia tudo o que eu queria dizer para uma pessoa... Aqui está:

Convívio - Crombie



sábado, 17 de maio de 2014

Orquestra típica Fernández Fierro

Junte um punhado de acordeons, violinos, um cello, um baixo e um piano... Voilà: tango argentino da melhor qualidade. Pois é... Sim, gosto de tango. Aquelas vozes ásperas, fortes ao passo bem marcado dos acordeons... É como degustar um bom vinho. O grupo do qual estou falando é a Orquestra Fernández Fierro e me foi apresentado por um amigo brasileiro que mora em Baires (como os portenhos gostam de falar). Sem mais conversa, segue um pouco de música para vocês apreciarem. Viva el tango!

Orquestra Típica Fernández Fierro


quinta-feira, 15 de maio de 2014

Sobre ouvir

Há cerca de algumas semanas eu conversava com uma amiga sobre relacionamentos e sobre ouvir o ponto de vista do outro. Daí, ela me recomendou ler/ver Orgulho e Preconceito, um romance da escritora inglesa Jane Austen que foi adaptado para o cinema. Confesso que não li o romance, mas já havia visto o filme. Ontem, tive oportunidade de revê-lo.

Na história, uma jovem chamada Elizabeth Bennet de família simples e de poucas posses conhece um jovem rico, arrogante, mas que se apaixona por ela. Na trama, as coisas acontecem de forma que Elizabeth se propõe a detestar Mr. Darcy (o jovem rico), mas acaba dando o braço a torcer e, percebendo, que ela mesma foi também orgulhosa ao não querer ouvi-lo. Você já pode imaginar o desfecho da história...

O interessante no relacionamento dos dois é como o orgulho funciona como uma trave, uma barreira que nos impede de ouvir o outro, que impede o diálogo. Em I Coríntios 13:4, Paulo fala que o amor não se ensoberbece, o amor não se ressente do mal. É preciso quebrar as barreiras e as correntes que o orgulho impõe para se amar. Quem se desarma, ouve e acata. Quem se despe do orgulho, despe-se da natureza pecaminosa do homem, que é corruptível e egoísta. Aprender a amar é uma caminhada contínua em Cristo. Que aprendamos a ouvir.


Orgulho e Preconceito (Pride and Prejudice)*





*A qualidade não está lá muito boa, mas vale a pena ver o trailer.

terça-feira, 13 de maio de 2014

Greve de ônibus

A Bíblia diz que digno é o trabalhador do seu trabalho. Se alguém trabalha merece seu ganho. Lembro de Jacó trabalhando para Labão. Deus o prosperara em tudo o que ele fazia, fosse o seu salário de ovelhas brancas ou malhadas. Ele prosperou.

Hoje, como vários cariocas, saí para obter meu suado pão diário e me preveni para os contratempos que enfrentaria devido à greve de ônibus. Não achei tão complicado chegar no trabalho, mas, certamente, desgastante. Até onde me informei, esta paralisação é, no mínimo, dúbia. Como pode uma categoria não se organizar a ponto de não participar de importantes decisões que envolvesse seus trabalhadores? Enfim... Sigo torcendo para que justiça seja feita e que o trabalhador seja digno de seu salário, mas sem maracutaias políticas, sem armadilhas. Segundo o JB, o saldo foi de "74 ônibus depredados, 7 presos e abuso das vans". Amanhã eu vou preferir ficar em casa.

domingo, 11 de maio de 2014

Primeiros passos

Quem me ensinou os primeiros passos
Quem Deus colocou no meu caminho
A quem deu o Senhor autoridade
Quem primeiro nos revelou o amor

À minha mãe (que faz aniversário amanhã) e a todas as outras:
Que o amor de Deus as encha de alegria e paz.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

A medida de todas as coisas

Um filósofo grego, pré-socrático, acredito, disse uma vez que "o homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são, enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são". Embora isso tenha sido há muitos séculos, vivemos em um período em que esta crença está visceralmente inserida nas nossas vidas. Não posso crer em mentira maior. O homem não é a medida de todas as coisas. Talvez sejamos apenas a medida daquilo que conseguimos perceber. Penso, em um primeiro momento, que talvez Deus seja a medida... Mas Ele não é mensurável, nem finito. Há, enfim, uma medida para todas as coisas, das coisas que são e das que não são? Sei apenas, como diz o salmista, que "na Tua luz veremos a luz". É Deus quem me faz ver, Ele é o sol que ilumina nosso caminho: aquilo que víamos e o que não víamos.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Sobre Cantares de Salomão

"Beije-me ele com os beijos da sua boca; porque melhor é o teu amor do que o vinho.
Suave é o aroma dos teus unguentos; como o unguento derramado é o teu nome; por isso as virgens te amam.
Leva-me tu; correremos após ti. O rei me introduziu nas suas câmaras; em ti nos regozijaremos e nos alegraremos; do teu amor nos lembraremos, mais do que do vinho; os retos te amam."

Cânticos 1:2-4

Reli ontem Cantares de Salomão. É o tipo do livro que é bom ser lido com o seu/sua respectivo(a). Eu o li com o meu namorado. Foi uma leitura que me suscitou algumas questões e constatações. Primeiro, como sugere Schaeffer, Deus se importa com a beleza. Cantares é poético, é artístico e compõe o cânon sagrado das Escrituras. Segundo, o livro trata do amor entre um homem e uma mulher... Isso me fala do quanto este assunto é importante e sagrado para Deus. Terceiro, sim... Lembrei-me da analogia de Cristo com a Igreja, do quanto Cristo se doou e se dá pela Igreja. Ainda não tenho uma leitura aprofundada do livro, mas espero que de uma próxima vez, eu tenha mais outros insights. É um livro para ser contemplado, admirado, vivido.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Da amizade

"Em todo o tempo ama o amigo e para a hora da angústia nasce o irmão" (Provérbios 17:17)

Quem encontra um amigo encontra um tesouro, diz o ditado popular. E é verdade. Quanto custa encontrar um amigo verdadeiro? Penso na amizade de Jônatas e Davi. Jônatas foi peça chave na história de Davi, ajudando-o a fugir de Saul. Penso que os amigos são pessoas as quais Deus usa para nos aliviar a caminhada, para nos admoestar, para nos alertar de perigos, para sorrir nosso sorriso e chorar nosso pranto, como disse muito bem uma amiga minha que, embora esteja distante, está muito presente. Duas almas que se encontram e compartilham, se não toda a caminhada, um bom trecho dela. Quem haja sempre espaço e tempo em nossas vidas para os amigos. Um brinde a eles!

sábado, 3 de maio de 2014

Dia de descanso

Quebrei minha tradição de escrever em todos os dias ímpares, mas foi por um bom motivo... Feriadão, dia de sol... Aproveitei para ir a um piquenique. Hoje, sábado, com mais tempo, estou de volta para a blogosfera rs. Confesso ainda, que hoje, por pouco, não esqueço. Enfim... Muita coisa aconteceu de lá até cá, mas não caberiam contar aqui. De importante, a reflexão sobre o sábado. Ainda que seja uma segunda, um domingo, enfim... Quão necessário é o dia de descanso! Dia do Senhor. Dia de separar-se pra Deus e dia para contemplar Suas maravilhas. Confesso que estou tendo dificuldade nisso... Que o domingo nos seja, de fato, um dia de descanso nEle.

Um bom fim de semana!

terça-feira, 29 de abril de 2014

Labore X Tripalium

Estou aqui para uma breve reflexão sobre trabalho. Lembrei-me logo das duas palavras que dão título a esta postagem: labore e tripalium. Desta última, originou-se a palavra que usamos em português: trabalho. Tripalium era um instrumento de tortura e acabou sendo o nome daquilo que fazemos todos os dias. Neste sentido, recai sobre trabalho a maldição da queda, como vê o pregador em Eclesiastes 1:3 ("Que proveito tem o homem, de todo o seu trabalho, que faz debaixo do sol?"). Como todas as outras coisas, também o trabalho é vaidade e de nada se aproveita.

Por outro lado, em outro versículo em Eclesiastes (3:13, "E também que todo o homem coma e beba, e goze do bem de todo o seu trabalho; isto é um dom de Deus"), este mesmo trabalho é visto como dom de Deus e dele se aproveita seus frutos (aquilo que o homem pode comer, beber e usufruir), ou seja, algo sobre o que se recai uma maldição torna-se benção. Que seja então nosso trabalho labore (de esforçar-se, lidar) e que o Senhor confirme sobre nós a obra de nossas mãos (Sl. 90:17).


domingo, 27 de abril de 2014

Arte e Cristianismo

"A arte cristã é a expressão da vida integral da pessoa toda que é cristã. Aquilo que o artista cristão retrata em sua arte é a totalidade da vida. A arte não deve ser apenas um veículo para um tipo de evangelismo autoconsciente.

Se, portanto, o cristianismo tem tanto a dizer sobre as artes e ao artista, por que temos produzido tão pouca arte cristã nos últimos tempos? Creio que a resposta já deve estar clara. Não temos produzido arte cristã porque temos nos esquecido de quase tudo o que o cristianismo diz sobre as artes." (Francis Shaeffer, A Arte e a Bíblia)

sexta-feira, 25 de abril de 2014

All Sons and Daughters

Dia cheio: malhação, trabalho, almoço com os sobrinhos... Enfim, alive & kicking, como diz uma amiga :)

Por hoje, vai uma canção do All Sons and Daughters que conheci através de uma outra amiga. Ouvi outras coisas da banda, mas confesso que, até o momento, só gostei mesmo dessa música. Ela tem uma levada folk, bem americana mesmo. É isso. Bom fim de semana!

Oh How I Need You - All Sons and Daughters





quarta-feira, 23 de abril de 2014

Sobre o dilúvio de Aronofsky

A despeito de todas as críticas (uma, em especial, muito contundente) e comentários contra, acabei cedendo à minha curiosidade e indo assistir Noé. É... A primeira coisa que pensei quando saí da sala foi "ainda bem que paguei meia". Pois sim... Trata-se de um filme roliudiano que se propõe a ser o que ele veio a ser: um desses filmes catástrofes com um enredo como pano de fundo que dê motivo para as cenas de computação gráfica.

Muitos cristãos foram às salas de cinema, esperando ver algo do relato bíblico sobre Noé. Mas um diretor que, pelo que ouvi falar (não consegui confirmar esta informação), é um judeu que se tornou ateu nunca poderia tratar da história de Noé teologicamente. Sim, nem teologicamente, pois é impossível a um ateu fazer teologia.

O filme apresenta um deus distante e incompassivo ao qual nem sequer chamam "Deus". É o Criador. Um Noé obstinado a seguir seu chamado que, aliás, nem fica claro no filme como se dá. Afora os vários elementos que aparecem como por mera mágica.

Ainda que se assistisse pelo enredo. Há momentos, em que a história se arrasta e o filme chega a ficar cansativo, como se faltasse aquela nota de resolução. E, falando em música, a trilha sonora (como sempre, o que mais presto atenção) mostra-se apelativa, sempre criando clima de tensão, de medo.

Tive a chance de assistir Cisne Negro (filme anterior do mesmo diretor) e mal posso reconhecer elementos que me façam acreditar que tenham sido do mesmo diretor. Se é para conhecê-lo, recomendo que assistam o filme anterior e aguardem o próximo. Aronofsky, certamente, não era o homem certo para Noé.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

O velho Woody

Assisti ontem (finalmente!) Blue Jasmine, o último filme do Woody Allen. Delicado e ácido ao mesmo tempo, o filme revela o quão frágil é nossa natureza humana. Uma mulher rica e falida que pede abrigo a irmã, vivendo em condições que, provavelmente, nunca imaginara viver, enfrentando outra realidade e tendo de lidar com um ambiente que só lhe causa desprazer. Tudo isso após o falecimento do marido (que a traía e a levou à falência). Pude reconhecer aquelas velhas vozes de Allen em algumas cenas. Sua falta de pudores e aquele humor fino e ácido de sempre. Some-se isso tudo à belíssima atuação de Cate Blanchet. Enfim, belo filme!


sábado, 19 de abril de 2014

Encontros

Às vezes, duas pessoas se encontram
Os olhos se encontram, as almas se encontram
E se conhecem

Às vezes, dois estranhos se esbarram
E não pedem desculpas
E se vão

Dois encontros, dois esbarrões
Dois estranhos, duas pessoas
De estranhos a pessoas... Um abismo, uma ponte

Salomão e a sulamita, ponte
Vinícius e seus amores, abismo

Qual caminho?

"Estas três coisas me maravilham; e quatro há que não conheço:
O caminho da águia no ar; o caminho da cobra na penha; o caminho do navio no meio do mar; e o caminho do homem com uma virgem." (Provérbios 30:18-19)

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Tempus fugit

Queridos!

Passando por aqui só para dar outra boa notícia: voltei a trabalhar. Estou, aos poucos, me adaptando a nova rotina, tentando arduamente manter a academia e os livros. Falando nisso, acabei de reler "A Arte e a Bíblia" do Schaeffer. Pretendo sentar e escrever uma crítica sobre o livro, mas já adianto que foi uma leitura demasiadamente prazerosa com a qual me identifiquei muito. Enfim... É isso. Aos poucos, as coisas vão acontecendo. Tudo na direção de Deus. A Ele sou grata.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Coração sábio

"Quem conhece o poder da tua ira? Segundo és tremendo, assim é o teu furor.

Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios.

Volta-te para nós, Senhor; até quando? Aplaca-te para com os teus servos.

Farta-nos de madrugada com a tua benignidade, para que nos regozijemos, e nos alegremos todos os nossos dias.

Alegra-nos pelos dias em que nos afligiste, e pelos anos em que vimos o mal.

Apareça a tua obra aos teus servos, e a tua glória sobre seus filhos.

E seja sobre nós a formosura do Senhor nosso Deus, e confirma sobre nós a obra das nossas mãos; sim, confirma a obra das nossas mãos."

Salmos 90:11-17

Dois versículos me chamam atenção neste salmo: o 12 ("ensina-nos a contar os nossos dias...") e o 17, principalmente a 2ª parte ("...e confirma sobre nós a obra das nossas mãos...").

O pensamento pós-moderno não nos ensina a contar os nossos dias. Viver como se não houvesse amanhã não é saber contar nosso tempo. Perdemos a consciência de uma eternidade com Deus, de uma perspectiva de eternidade. Daí, o salmista, que reconhece o poder da ira de Deus, que reconhece que se trata de um Deus temível, clama por Suas misericórdias. E vai além, pede que seja refletida nele, em Seus filhos Sua própria glória e encerra: "confirma sobre nós a obra das nossas mãos". Que Deus nos ensine a contar nossos dias para que alcancemos um coração sábio e, em alcançando um coração sábio, nossas obras sejam boas, sejam dadas por Ele e que Ele as confirme. Assim, viveremos para Sua glória e louvor.

domingo, 13 de abril de 2014

Enciclopédia musical

Passando por aqui só para dizer... Estive boa parte da tarde conversando com um amigo que se revelou uma tremenda enciclopédia musical! Eu diria que tenho muito a aprender com ele. Ele foi da música nordestina ao rock anos 70 com uma destreza de dar inveja rs. Tudo bem. Um dia eu chego lá... Mas enquanto isso não acontece, eu me contento em consultar o dicionário Cravo Albin e o Google.

A todos, uma ótima semana!

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Malaquias 4:2 (The Welcome Wagon)

Gosto muito de folk. Aquele som de violão cru, bandolins, pandeirola... Coisa assim. Foi conversando com um amigo sobre um som cristão alternativo (será que cabe esse rótulo??) que descobri The Welcome Wagon. Gostei de cara. É uma canção que me faz pensar muito naquilo que Schaeffer fala sobre adequar o veículo à mensagem. "But for you who fear my name" tem uma letra forte, consistente, bíblica e que nos traz esperança. Venha o sol da justiça.


But for you who fear my name - The Welcome Wagon



quarta-feira, 9 de abril de 2014

Vicente Celestino e a graça comum

Ouvi esta canção outro dia em um almoço com meu pai. Só então percebi, no seu conteúdo, o quanto ela tinha da graça comum.

Em homenagem ao meu pai que também gosta de serestas:



Porta Aberta
Vicente Celestino

Vinha por este mundo sem um teto
Dormia as noites num banco tosco de jardim
Sem ter a proteção de um afeto
Todas as portas estavam fechadas para mim...
Mas Deus, que tudo vê e nos consola
Em seu sagrado Templo me acolheu
E, além de me ofertar aquela esmola,
Meu destino transformou
Meu sofrimento acabou
E a minha vida renasceu...
Porta aberta
Tendo o emblema de uma cruz
Essa porta não se fecha
Contra ela não há queixa
São os braços de Jesus
Porta aberta
Por Jesus de Nazaré
Desvendou-me o bom caminho
Hoje é meu doce ninho
Novamente deu-me a fé
Porta aberta
Já não vivo mais ao léu
Porta aberta
Ao transpor-te entrei no céu
Porta aberta
Nunca mais hei de esquecer
Que és na terra minha luz
És o bem que me conduz
Desde o berço até morrer!

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Arcanjo & Alexandre

Realmente não lembro se já postei isso aqui. Pelo sim e pelo não, estou postando hoje. Trata-se de um pequeno vídeo de um encontro do Luiz Arcanjo e do João Alexandre. Vale a pena assistir sobretudo pelas colocações do João Alexandre. Gostei e endosso aqui o que ele fala.

Boa semana a todos!


sábado, 5 de abril de 2014

Arte como doxologia

"A arte e a ciência têm um lugar na vida cristã - não são periféricas. Para o cristão, redimido pela obra de Cristo e que vive segundo as normas das Escrituras e sob a liderança do Espírito Santo, o senhorio de Cristo deve incluir o interesse pela arte. O cristão deve usar a arte para glorificar a Deus, não simplesmente como propaganda evangelística, mas como algo belo para a glória de Deus. Uma obra de arte pode ser, em si, uma doxologia.

(Francis Schaeffer, A Arte e a Bíblia, grifo meu)

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Como óleo precioso

Hoje tive a oportunidade de visitar um casal muito querido da igreja da minha mãe. Foi uma pequena viagem até Bangu City (RJ) que valeu muito a pena. Eu, a mais nova do grupo, me peguei observando como podem viver bem os da casa da 3ª idade (desculpem aqueles que gostam do termo, mas "melhor idade" pra mim soa pura hipocrisia, além do que "melhor idade" não seria sempre aquela que a gente tá vivendo?).

Foi uma visita especialmente importante porque se trata de um casal que não tem mais podido ir à igreja que frequentavam. Eles têm sentido muita falta dessa comunhão, desse convívio. Então foi bom levar um pouco dessa comunhão, desse partilhar para eles.

"Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união.
É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Arão, e que desce à orla das suas vestes.
Como o orvalho de Hermom, e como o que desce sobre os montes de Sião, porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre." (Salmos 133:1-3)



terça-feira, 1 de abril de 2014

O tempo de cada coisa

"Tudo tem seu tempo determinado e há tempo para todo propósito debaixo do céu" (Ecl. 3:1)

No livro de Eclesiastes, o autor afirma que não só há um tempo determinado para tudo, como há um tempo para todo propósito debaixo do céu. Há tempo de plantar, de colher, de rir, de chorar... De ajuntar pedras e espalhá-la (o que interpreto como fazer e desfazer alianças). Há tempo de abraçar e de afastar-se de abraçar. Tempo a ser respeitado, aceito com mente e coração.

Vivemos em um período que desrespeita o tempo das coisas. Desrespeita o nosso tempo. Sofremos com isso, pagamos um preço. Penso que o tempo de Deus é um tempo redimido, um tempo que nos constrói, restaura. Ele não nos destrói, nos consome como é o tempo da nossa época.

Saber respeitar o tempo, aguardá-lo, abraçá-lo. Eis aí um grande desafio. Que Deus nos dê sabedoria nesse caminhar.

segunda-feira, 31 de março de 2014

O que será

Gosto muito de Chico. Bom letrista o cara, boas melodias também. Uma das canções dele que mais me chamam a atenção é O que será (à flor da pele). Uma canção que traduz tão bem a angústia humana. Ouço-a como se ela estivesse dando nome ao que é inominável. Veja por si mesmo:


O que será (à flor da pele) - Chico Buarque

O que será que me dá
Que me bole por dentro, será que me dá
Que brota à flor da pele, será que me dá
E que me sobe às faces e me faz corar
E que me salta aos olhos a me atraiçoar
E que me aperta o peito e me faz confessar
O que não tem mais jeito de dissimular
E que nem é direito ninguém recusar
E que me faz mendigo, me faz suplicar
O que não tem medida, nem nunca terá
O que não tem remédio, nem nunca terá
O que não tem receita

O que será que será
Que dá dentro da gente e que não devia
Que desacata a gente, que é revelia
Que é feito uma aguardente que não sacia
Que é feito estar doente de uma folia
Que nem dez mandamentos vão conciliar
Nem todos os ungüentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos, toda alquimia
E nem todos os santos, será que será
O que não tem descanso, nem nunca terá
O que não tem cansaço, nem nunca terá
O que não tem limite

O que será que me dá
Que me queima por dentro, será que será
Que me perturba o sono, será que me dá
Que todos os tremores me vêm agitar
Que todos os ardores me vem atiçar
Que todos os suores me vêm encharcar
E todos os meus nervos estão a rogar
E todos os meus órgãos estão a clamar
E uma aflição medonha me faz implorar
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem juízo







Percebo simplesmente uma lacuna. Uma lacuna exatamente do tamanho de Deus.

P.s: Há um diálogo claro aí com vários salmos... Penso no 139, 77, 88... Consola saber que pra Deus "o que me dá" tem governo e tem juízo. Ele conhece o oculto do ser humano.