terça-feira, 16 de julho de 2019

Debaixo do sol

Hoje estou com saudade do que ainda não vi. Saudades de sabores que não provei, momentos de eternidade que ainda não vivi.

Explico. Nascemos com um espaço, com um vácuo do tamanho de Deus. A bíblia diz que foi a eternidade foi plantada no coração do homem.

Nascemos com saudades do eterno. De uma vida que só Deus pode nos dar. Nascemos com um buraco do tamanho de Deus.
Há explicações diversas para a vida aqui, mas não quero pontuá-las. Quero dizer da perspectiva cristã. Nascemos com um propósito e aguardamos novos céus e nova terra onde viveremos felizes para sempre (de verdade) com Deus. Aguardamos a redenção, a resolução, aquela nota que fará com que a música até então orquestrada faça sentido. Cristo é a resolução.

Se aguardamos a resolução, fo que vale esta passagem que estamos atravessando? E é precisamente aí que está o ponto da minha reflexão hoje... Vivemos como que a ensaiar este encontro. Como que a dizer: parece que fui feito para outra existência, ainda que não saiba como ela é.

Em Eclesiastes, vemos como pode ser a vida da perspectiva "debaixo do sol". Vemos que a vida é curta, dura e incerta, mas o autor da obra também nos ensina a nos deleitar nos prazeres que nos são dados na vida debaixo do sol. Somos orientados a vivermos os prazeres dessa existência com gratidão, entendendo que estes apontam sempre para o Criador e não só isto: apontam para a vida que teremos com ela. E por isso digo: hoje acordei com saudade da vida que ainda não vivi.