segunda-feira, 13 de maio de 2019

Em homenagem à Maria

Bem, passado o dia das mães (e aniversário da minha mãe), venho aqui compartilhar minhas inquietações. Desta vez, reconheço, um tanto polêmicas, mas escrevo na esperança de elucidar nuanças da 2a melhor data de vendas do comércio.

No calor dos posts que fluíram no meu feed do instagram ontem, li várias postagens enaltecendo a mulher como mãe, divinizando seu papel e a colocando em um status muito similar ao da nossa padroeira. Uma vez ouvi de um professor, doutor em comunicação, que essa data era, em parte, tão celebrada no Brasil por uma associação inconsciente ao culto à Maria. Tive de concordar com ele.

Quais as consequências, ou melhor, o ônus dessa relação? Temos uma mãe divinizada, perfeita. Uma mãe que não fala palavrão e não peca. Não peca?! Aí mora o principal problema... Não a vemos como pecadora, como humana que é, mas como uma mãe sem defeitos. E disso decorre uma série de implicações. Uma delas é não distinguir seus atos e pensamentos.

Outra questão seríssima e igualmente delicada é a da esterilidade. Então "só quem é mãe é quem sabe" (como estava em uma das postagens) passa a ser "só quem concebe" ou "só quem cria"? Quando leio algo assim, me vem logo à mente um nome: Madre Teresa de Calcutá. E uma longa pausa. Deixa eu entender... "Quem concebe é quem sabe", mas e as que não concebem e cumprem seu chamado à maternidade, fazendo discipulos? Pergunto-me: Madre Teresa seria tudo o que foi se tivesse se casado e concebido? Meu ponto aqui segue além... E aquelas que conceberam e não foram mães? Aquelas que se recusaram, de alguma forma, a fazer discípulos, a criar e a formar? Entenda: nossas mamães merecem toda homenagem que pudermos oferecer a elas. A minha, então, merecia um pote de ouro, rss. A questão é: reduzir o chamado ao discipulado à concepção.

É preciso redescobrir o papel da maternidade, dentro dos propósitos de Deus, dentro do que a bíblia ensina como feminilidade. Voltemos a olhar para a mulher virtuosa e sabê-la virtuosa, mas também mãe e  pecadora, pois todos nós que estamos debaixo do sol, estamos na mesma condição.

É isso. Deixo a centelha luzindo...