sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Um vislumbre de esperança

"My tea's gone cold, I'm wondering why I got out of bed at all
the morning rain clouds up my window and I can't see at all
And even if I could it'd all be grey, but your picture on my wall
it reminds me that it's not so bad
it's not so bad

I drank too much last night, got bills to pay
my head just feels in pain
I missed the bus and there'll be hell today
I'm late for work again
and even if I'm there, they'll all imply that I might not last the
day
and then you call me and it's not so bad
it's not so bad and"

Estas são as duas primeiras estrofes de "Thank you", música da cantora inglesa Dido cuja tradução pode ser facilmente encontrada no site Vagalume ou Letras. Não que eu seja grande fã da cantora, mas acho que nessa canção ela passou um recado importante e um recado que Deus nos dá o tempo todo, mesmo em tempos de tribulação. Na canção as coisas não parecem dar certo pra cantora, tudo parece ir de mal a pior, mas seu amado a faz lembrar que nem tudo é ruim assim. Há um vislumbre, um raio de esperança, de alegria. E isto Deus faz conosco: nunca nos deixa às escuras. Talvez você possa lembrar do salmo 88 nessa hora e pensar que há, sim, situações de completa escuridão. Mas então penso... A quem o salmista endereça sua queixa? Como foi com Jó: com quem ele se queixa e derrama suas tristezas. Creio que enquanto percebermos que Deus é nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na tribulação, teremos olhos para as ações de graça que Ele espalha em nosso caminho.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Sobre o tempo

Passando por aqui pra dizer que não poderia estar aqui. Nossa, isso soou confuso, né? Tempus fugit. Quanto mais a gente se utiliza de meios para se economizar tempo, mais a gente gasta. Não somos senhores do tempo e essa é uma verdade que precisa ser reconhecida. O tempo nos é dado, nos é oferecido como uma dádiva e importa saber geri-lo. É aí que mora o perigo... Sem mais, que aproveitemos o dia de hoje para as coisas de hoje. Baste a cada dia o seu mal.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Blog Action Day - Desigualdade

Estou aqui, excepcionalmente, em um dia par (rs) escrevendo para o Blog Action Day que neste ano é sobre desigualdade. Bem, como acabei de concluir um curso de ledor, não poderia falar de outro tópico: pessoas com deficiência. Estamos ainda caminhando para que a sociedade seja, de fato, inclusiva, mas talvez as maiores barreiras não sejam as dos recursos, mas a da desinformação e a do preconceito (ê, chavão rs). Deixo aqui um vídeo elucidativo sobre a questão. Que cooperemos para um mundo mais justo apesar de sermos, por natureza, injustos.


Inclusão:


quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Caminho da sandice

Hoje, apesar de ser Dia do Mestre, vou trabalhar. Como disse uma professora minha, optei pelo caminho da sandice. Mas não me arrependo. Venho colhendo bons frutos. Venho aqui deixar minha pequena homenagem àqueles que nos permitem ter um papel na sociedade e, assim, dar nossa contribuição para que o mundo seja mundo. Segue uma leitura de Machado de Assis postada no site Releituras. Feliz Dia do Mestre!


Um Apólogo

Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo?
— Deixe-me, senhora.
— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.
— Que cabeça, senhora?  A senhora não é alfinete, é agulha.  Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.
— Mas você é orgulhosa.
— Decerto que sou.
— Mas por quê?
— É boa!  Porque coso.  Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?
— Você?  Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu?
— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...
— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando...
— Também os batedores vão adiante do imperador.
— Você é imperador?
— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser.  Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:
— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco?  Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...
A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe:
— Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas?  Vamos, diga lá.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha: 
— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico. 
Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:
— Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!

Texto extraído do livro "Para Gostar de Ler - Volume 9 - Contos", Editora Ática - São Paulo, 1984, pág. 59.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

The unknown

Uma conversa sobre Gênesis e Escatologia fez com que eu me fizesse a seguinte pergunta: por que insistimos em saber tanto? Ou, pelo menos, saber? Nos incomodam as lacunas, as perguntas não respondidas e por isso pesquisamos, investigamos. Enviamos o homem à lua, fizemos a bomba de hidrogênio e, contudo, é como está em Isaías (?): "porque os meus pensamentos são mais altos que os vossos pensamentos"... Não devíamos esquecer jamais disto. Ele é criador.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Amanhã

Essa deve ser minha última postagem antes das eleições. Confesso que acho o voto obrigatório quase que uma violência e pior ainda o modo como as escolhas são feitas. Já pensou se, ao invés de serem gastas somas de dinheiro com o Horário Eleitoral não fosse feita uma publicação impressa contando a trajetória política e as propostas de governo de cada candidato? E se, ao invés de serem 5 cargos fossem 3 com uma divulgação dos nomes mais bem organizada, transparente? Mas enfim... "Já pensou, já pensou, já pensou" não resolve a situação atual. O que nos resta? Participar do processo pura e simplesmente? Lembro-me por alto das "Diretas Já". Uma vontade, um desejo, um movimento de mudança. Não vejo esse movimento hoje em dia... Uma inércia, talvez. Em todo caso, meu desejo é que o domingo não seja o dia em que o Brasil morre (como escrevi em um conto que está "na gaveta"), mas um dia de esperança e que cantemos com Chico "Apesar de você amanhã há de ser outro dia"...